domingo, julho 19, 2009

DINHEIRO PÚBLICO PARA O FUTEBOL AMAZONENSE QUE É UMA INICIATIVA PRIVADA

O Amazonas já foi considerado uma potência no futebol regional, diz o censo comum. Porém, uma análise mais aprofundada sobre o futebol amazonense atual revela uma realidade assustadora: não há nenhum clube local na primeira divisão do futebol brasileiro, a chamada séria A. Acrescente-se a isso, o fato de que, na atualidade, tanto o Nacional Futebol Clube, quanto os demais clubes são reféns dos recursos públicos repassados pelo Governo do Estado, como também, pela Prefeitura Municipal de Manaus para se manterem em atividades.
Iniciativa esta que dificulta todo mês a prestação de contas dos clubes com o Tribunal de Contas do Estado, haja vista, que as notas ficais não têm validade e tampouco CNPJ das empresas prestadoras de serviços aos clubes, fora o desvio de presidentes incompetentes e inescrupulosos para a gestão de um clube.
Portanto, os clubes amazonenses tornaram esses recursos como salários e despesas das competições, porém não aplicam na formação de jogadores nas categorias de base, que na maioria das vezes são direcionadas por homossexuais sem a devida formação e caráter para lidar com esta categoria tão importante para suprir o time profissional.
Na relação custo-benefício o dinheiro dado pelo Governo do Estado e Prefeitura de Manaus aos clubes amazonense de futebol não atendem, nem uma coisa nem outra. Os recursos são usados para pagar salários, hospedagens, alimentos , viagens e a prestação de contas dessas despesas é tão obscura quanto o futebol apresentado pelos clubes. Como esse vício se repete anualmente, sem que os clubes reservem uma parte para investir na formação de jogadores, os prejuízos se acumularam e o contribuinte vê seu imposto murchar feito bola furada nos gramados.
De acordo como os últimos dados divulgação pelos variados meios de comunicação do Estado, o Governo do Estado destinou a cada clube profissional em 2004, a importância de 60 mil reais, por certas participações no campeonato local, tivemos também contemplados: Nacional, Rio Negro, Clipper, Libermorro, Fast, Princesa do Solimões, Sul América e Grêmio Coariense.
Neste mesmo ano a federação Amazonense de Futebol – FAF, para custear despesas administrativas recebeu 110 mil reais.
O são Raimundo ganhou mais 700 mil reais pela participação na séria B do Campeonato Brasileiro. Enquanto o Nacional e o Rio Negro foram contemplados, cada um com 40mil por participarem da Copa do Brasil e mais 350 mil reais pela presença do campeonato brasileiro da série C.
Nos últimos quatro anos, 2005, 2006, 2007 e 2008 foram dados R$ 6,2 milhões de mão beijada, sem que essa verba se transformasse em títulos. Na última semana o presidente do Nacional divulgou que o governo vai aplicar um milhão para o clube voltar a série C no próximo ano e como é de praxe, dinheiro público. Segundo a Secretaria Estadual da Juventude ,Esporte e Lazer – SEJEL, os recursos do Governo do Estado, relacionados aos anos anteriores foram:

Quadro 1: Recursos do Governo do Estado – Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer (SEJEL)
Fonte: Jornal Diário do Amazonas – Manaus, 24 de agosto de 2008, p. 9.


Quadro 2: Recursos da Prefeitura de Manaus – Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEMESP)
Fonte: Jornal Diário do Amazonas – Manaus, 24 de agosto de 2008, p. 9.

Parece contraditório, que de 1996 a 2007, o são Raimundo conquistou cinco títulos estaduais, três copas Norte e o vice-campeonato da Série C. No período entre 2005 e 2007, o clube recebeu 2,4 milhões.
A tese de que o Estado e o Município não investem em nossos clubes cai por terra. O que há, na verdade, é o mau gerenciamento dos recursos públicos, injetados indevidamente no futebol profissional.
O Futebol do Amazonas, segundo Carlos ZAMITH (2008) há pouco tempo anda capenga. Não há perspectivas de volta tão cedo aos bons tempos do final da década de 60, ao menos até o inicio dos anos 80.

sábado, julho 18, 2009

PRAÇAS E PARQUES PÚBLICOS: O FLUXO DO FIXO.

Ao longo da história, as praças sempre serviram de ponto de encontro para os moradores das cidades, verdadeiros espaços públicos de convivência. Sua origem está vinculada às ágoras da Grécia – centros comerciais, administrativos e políticos das antigas polis gregas, onde eram discutidos assuntos importantes para a vida dos cidadãos. Das ágoras, derivaram o fórum imperial romano e as grandes piazze e praças das principais cidades européias.
No Brasil, as praças começaram a surgir no entorno das igrejas. As residências mais suntuosas, os prédios públicos mais relevantes, os principais estabelecimentos comerciais, tudo era construído próximo a esses logradouros públicos que serviam, também, de elo entre a comunidade as paróquias.
No caso de Manaus, a primeira praça publica localizava-se nas proximidades da antiga igreja Matriz de Nossa senhora da Conceição e do Fortin de São Jose da Barra do Rio Negro, marco inicial da ocupação da cidade.
As transformações urbanísticas de uma cidade espelham claramente as mudanças efetuadas na sociedade ali instalada e a história das praças de Manaus é um exemplo claro, dessa afirmação. Apesar de os admiradores manifestarem algumas preocupações com as praças, arborização e calcamento de ruas e calcadas desde a época imperial, pouco foi realizado neste sentindo até a última década do século XX, pois não se dispunha de verbas suficientes nem para serviços mais elementares.
Conforme Prof. Dr. Vanderlan Santos Mota em seu livro intitulado: Espaços Públicos de Lazer em Manaus: O Papel da Políticas Públicas (Valer, 2008). As praças constituem-se como especificidades sobre a forma da cidade e várias foram desfiguradas ou desapareceram. Entre as que foram desfiguradas pode-se destacar a Praça Adalberto Vale nos anos cinqüenta com a construção do Hotel Amazonas; a Praça Tamandaré, em frente à Capitania dos Portos; a praça dos Remédios, com a construção de uma casa de comércio na área fronteiriça à praça General Osório, ocupada como área exclusiva pelo Colégio Militar.
Entre as que desapareceram: a praça Visconde do Rio Branco para a construção da Escola Técnica Federal do Amazonas; as praças publicas General Carneiro e Floriano Peixoto no bairro da cachoeirinha. A primeira foi inicialmente transformada em dois campos de futebol sendo gradativamente ocupada pelo Conjunto Kubitschek e, posteriormente, pelo Palácio Rodoviário. A segunda foi doada ao Exercito para a construção do Hospital Geral e área residencial para militares.
Também foram extinta em Manaus as praças: Riachuelo, Paysandu, Rio Branco, Benjamim Constant, N. Senhora De Fátima (Praça 14 de Janeiro), Monte Cristo, Ribeiro da Cunha (José Lindoso), Sargento Manoel Chagas e praça João Pessoa (Bola do Olímpico).
O desaparecimento de praças na parte central da cidade, como vista para uma cidade urbanizada, nos possibilita compreender quais as prioridades que norteavam as políticas públicas urbanas. A primeira é que o espaço urbano foi sendo produzido apenas como o lugar da produção e, em decorrência desse entendimento, as políticas públicas voltadas para a solução dos problemas urbanos não se constituíram como meios capazes de superar a visão de cidade funcional. As políticas públicas eram aplicadas numa cidade e para uma cidade enquanto espaço das relações econômicas.
É preciso destacar que, para além das atividades econômicas, a cidade é também o lugar de morar, de trabalhar, de circular e de cuidar do corpo e do espírito. E as políticas públicas devem ser o instrumento de ação direcionadas à produção de uma nova urbanidade que privilegie a criação de espaços públicos a urbanidade significa a criação de meios para forjar um novo homem que busque o tempo para os encontros que ultrapasse a troca de coisas. Em toda a história das cidades, desde os gregos, esses espaços públicos são as praças, enquanto possibilidade de apropriação visando à construção e ao resgate da cidadania.
A cidadania significa a oportunidade de uma vida decente, com acesso ao trabalho e aos serviços básicos: água, energia, educação, transporte e saúde. Se a ausência desses serviços é condenável, da mesma maneira é também inaceitável a existência de poucas praças na parte central da cidade e especialmente, que num período relativamente curto, tantas tenham desaparecido, fazendo com que os habitantes, da cidade fiquem cada vez mais distantes do direito à cidade como o lugar para a reprodução da vida do fluxo das pessoas no fixo da urbanidade.Atualmente a capital têm aproximadamente 190 praças e áreas de passeio público, como os Parques. Do total mais da metade tem algum tipo de comercio, ficando o espaço público ocupado por teatros que fazem desse espaço um meio de vida. De acordo com o Diretor-Presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano, João Bosco Saraiva, todos os comerciantes devem, cumprir as normas do Instituto, para quem não cumprir as determinações a multa pode chegar a R$ 5 mil.