A revitalização do complexo de lazer, da praia da Ponta Negra, que será transformado em um Parque Municipal, prevê uma radical mudança nas estruturas e equipamentos usados pela população e turistas. Ao custo de R$ 59 milhões, com obras dividas em duas etapas, a nova Ponta Negra foi concebida pelos arquitetos Claudio Nina e Roberto Moita visando atender todos os tipos de públicos que freqüentam o lugar, das classes "A" até "E". Na primeira etapa será feita a perenização da praia, o reordenamento da região onde hoje existe o restaurante Charufe, a antiga casa de show Local Casa de Praia, a feira de artesanato e a construção do novo anfiteatro.
A praia perene permitirá ao banhista ter uma faixa de areia de, no mínimo, 30 metros durante os meses de cheia do rio Negro. Para isso será feito um aterro de areia que elevará o leito em seis metros de altura, avançará 150 metros em direção ao rio e terá uma extensão de 700 metros, começando no limite com o muro do Tropical Hotel e terminado depois do anfiteatro. “Nessa faixa de praia haverá três campos de futebol Mudamos os campos porque hoje eles, são cercados por alambrados e isso dificulta a contemplação do rio", explica Nina. "Além do mais, no calçadão as famílias passeiam com filhos pequenos e o linguajar de quem está no calor do jogo não é muito adequado, então com os campos na praia esse problema acaba."
Próximo à pista, os arquitetos previram a construção de um amplo passeio e uma espécie de piscina com fontes de água iluminada. O reordenamento dessa região passa também por uma nova estrutura no Local Casa de Praia.
Já o anfiteatro ganhará novas estruturas de palco, camarim, banheiros. A novidade, importante é à construção de uma marquise de, aproximadamente, oito metros de largura na parte de cima. Roberto Moita explica que essa marquise será importante para bloquear parte do som que se dissipa em direção aos prédios residenciais existentes na região. “Além dessa função acústica, a marquise protegerá o, público da chuva e do Sol e será usada como difusor de luz, dos equipamentos de iluminação usados nos shows", completa. Bares, restaurante, quiosques e barracas completam essa região.
MIRANTE
A segunda etapa do projeto é marcada pela construção de uma torre de 120 metros de altura com um mirante para observação toda a região de Manaus. Para se ter idéia do gigantismo da obra, ela equivale ao dobro da altura do maior prédio existente em Manaus. Haverá espaço para 800 visitantes de cada vez, que subirão por dois elevadores panorâmicos. A torre será construída na prainha, quase na confluência com a Avenida do Turismo.
Além desta torre, a segunda etapa contempla também a construção de um terminal flutuante de embarque e desembarque que ficará localizado a 250 metros da margem, "Público ou privado, Manaus não tem um local digno para embarque e desembarque. Essa obra vai resolver esse problema", destaca o secretário Municipal de Infraestrutura, Américo Gorayeb.
Na segunda etapa também haverá um espaço para a Praça do Artesanato, a feirinha que hoje está próximo ao restaurante Charufe. "Essa estrutura ajudará a descentralizar a frequência do público, hoje muito concentrada naquela região", explica Cláudio Nina. Ao lado do novo anfiteatro também serão posicionadas três novas quadras de vôlei.
ALIMENTAÇÃO
Ao longo do Parque Ponta Negra haverá quatro tipos de estruturas para o segmento de alimentos e bebidas. Serão barracas, quiosques, bares e restaurante. Na praia as barracas vão vender bebidas e alimentos que não dependem de processamento (sanduíches naturais, por exemplo). No quiosque poderá haver manipulação do alimento. A novidade nos Bares é que terão uma arquitetura semelhante ao de um barco regional projetando-se em direção à praia. "A crítica que fazem é que os bares hoje estão de costas para o rio. Isso vai mudar. Eles estarão de frente e farão essa passagem entre o calçadão e a praia”, explica Roberto Moita.
Já os restaurantes terão um tratamento privilegiado. Eles terão estacionamento próprio para, acolher os clientes que hoje disputam espaço com o banhista, que deixa o carro e desce para a praia. "A idéia é que serão restaurantes de nível, com qualidade e, por isso, precisam ter um estacionamento próprio", explica Nina. Ao todo, diz Roberto Moita, serão três restaurantes, cinco bares, 10 quiosques e até 25 barracas.
PARCERIA PÚBLICO PRIVADA
A principal apostada da Prefeitura de Manaus para gerenciar o Parque Ponta Negra esta nas Parcerias Públicos Privadas (PPPs). A opção por este modelo de gestão foi feita conforme o Secretario Municipal de Infraestrutura Américo Gorayeb, porque entende-se que a iniciativa privada é mais eficiente para gerir certos serviços e também porque dever ter um compromisso social com a população. Américo explicou que a PPP funcionará em todos os níveis de serviços previstos para parque. Por esse modelo, a prefeitura abrirá uma licitação pública para conceder um dos três restaurante conforme projetado pelos arquitetos e depois, ao invés de ficar pagando aluguel pelo espaço, ele se compromete a manter a qualidade de serviços que estão no entorno. “Ele poderá ser responsável pelo tratamento de água, pelos banheiros, enfim vai garantir a qualidade dos serviços e dos equipamentos”, explicou.
Conforme o arquiteto Roberto Moita, a concepção das PPPs será semelhante a dos shoppings centers e de preferência quem construir o espaço não será o operador dele. “Ele vai alugar o espaço e o locatário fará a operação”, explica.