segunda-feira, agosto 09, 2010

AS METROPOLES E SEUS PROBLEMAS

Diante do cenário apocalíptico de algumas das maiores megalópoles do planeta, muita gente chega à conclusão de que, talvez, o melhor para a humanidade seria regressar à paca­ta vidinha rural dos nossos ancestrais. Mas exem­plos no mundo inteiro indicam que é possível en­contrar soluções simples para grandes mazelas ur­banas, como o crime, os congestionamentos e a sujeira. Programas de reciclagem do lixo, como os que já existem em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, ou Manila, nas Filipinas, geram renda para a população carente ao mesmo tempo que previnem a degradação ambiental. A reforma de centros históricos como a realizada no Pelourinho, a parte mais antiga de Salvador — atraio turismo e melhora a qualidade de vida da população. Em Portland, capital do Estado americano do Oregon, a saída foi demolir as vias elevadas que rasgavam o centro da cidade. A região se revitalizou rapidamente, revertendo o processo de deterioração.

No combate à criminalidade, a estratégia adotada em Nova York pelo prefeito Rudolph Giuliani se tornou uma referência mundial.

Desde que ele assumiu o cargo, em 1994, o número de homicídios baixou em 74% e a cidade abandonou a lista das 150 mais violentas dos Esta­dos Unidos, depois de ocupar o primeiro lugar nas décadas de 70 e 80. A novidade é a chamada "tole­rância zero" — a idéia de que, para reduzir os cri­mes pesados, é necessário punir com rigor até mes­mo os pequenos delitos.

A busca de alternativas para os grandes proble­mas urbanos foi o tema da Habitat II, Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Huma­nos, realizada em Istambul, na Turquia, em 1996. Os participantes da reunião foram unânimes ao sublinhar o papel dos prefeitos e da comunidade, o chamado "poder local", na busca de soluções. "Não há panacéias", destaca o documento principal da conferência. "O importante é obter o máximo das possibilidades de cada cidade."