quarta-feira, março 14, 2012

Áreas públicas para esporte contrastam com eventos milionários em Manaus

Prefeitura de Manaus desembolsou R$ 1,129 milhão para realizar a segunda Copa Brasil de Beach Soccer. O valor é suficiente para construir ao menos um complexo esportivo, denominados de Centro de Esporte e Lazer - CEL's

Manaus - Moradores de bairros servidos por áreas de lazer administradas pela Prefeitura de Manaus reclamam do estado de abandono dos campos e quadras. Nesta semana, (07 e 11 de março de 2012) a Prefeitura gastou R$ 1,129 milhão para realizar a segunda Copa Brasil de Beach Soccer, no Centro Cultural dos Povos da Amazônia. O valor é suficiente para construir ao menos um complexo esportivo. Sem contar que, não é função da Secretaria de Esporte, trabalhar com alto rendimento e sim a massificação do esporte e lazer em seus centros.

Um exemplo deste abandono está no bairro Vila da Prata, zona oeste de Manaus. Inaugurado em março de 1998, pelo então governador do Estado Amazonino Mendes e pelo prefeito da época, Alfredo Nascimento, o complexo esportivo nunca passou por reparos ou reformas e sobrevive graças às doações de comerciantes e da comunidade.

“Verificamos poucos recursos, mas o bom desempenho das equipes do bairro em competições se reverte em credibilidade e doações que mantêm as instalações em situação razoável de funcionamento”, disse o presidente da liga esportiva e morador do bairro Vila da Prata, Paulinho Costa.

Apesar da precariedade do local, que tem pedras no campo, buracos e ferrugem no alambrado, redes furadas, paredes sem pintura e piso da quadra completamente áspero, são mantidas as modalidades de futsal, futebol, capoeira, karatê e vôlei. Na mesma zona, no bairro Compensa 1 (próximo a uma fábrica de sorvete) há uma quadra tomada pelo mato e sem condições de abrigar práticas esportivas.

Na zona norte da capital também é fácil encontrar complexos abandonados. No conjunto Renato Souza Pinto, o único campo está sem iluminação há mais de cinco anos e serve de ponto de encontro para usuários de drogas que frequentam ‘lan houses’ próximas.

Nos conjuntos Oswaldo Frota e Manôa, ainda há iluminação, mas o estado de conservação é precário. “Nos núcleos 7, 11 e 13 da Cidade Nova, os campos estão largados e mais parecem cemitérios”, disse um morador da região, que pediu para não ser identificado por medo de represálias.

Os R$ 1,129 milhão gastos para realizar o evento de futebol de areia no Centro Cultural dos Povos da Amazônia é praticamente a mesma quantia gasta pela Prefeitura na construção do complexo esportivo do bairro Santa Luzia, inaugurado em dezembro do ano passado, como também, o mesmo é realizado no meio da semana, conhecidindo com o horário de trabalho do Pólo Indistrial de Manaus - PIM, fazendo com o que o tráfego na Av. Arthur Vírgilo, antiga Costa e Silva, ficou um caos para os trabalhadores e estudantes que após 08 horas de jornada de trabalho, seguem para suas residências ou Universidades.

“Custou R$ 1,090 milhão. Outros como o campo Valdir de Moraes (no bairro São José 2, zona leste), o da Redenção (zona centro-oeste) e o da Compensa (zona oeste) estão com o projeto concluído”, citou o titular da Secretaria Municipal de Desporto e Lazer (Semdej), Fabrício Lima.

O valor do evento, que tem duração de cinco dias (entre 7 e 11 de março), equivale a 16,1% dos R$ 7 milhões do orçamento municipal de 2012 destinado à reforma e manutenção dos 131 campos de futebol das cinco zonas da capital.

O orçamento para 2012 da SEMDEJ é de R$ 20.850 milhões, verificamos que esses eventos vem ocorrendo constantemente em Manaus, sem que nossos vereadores tomem as devidas providências, a função do alto rendimento fica para o Estado (SEJEL), enquanto que a SEMDEJ, tem que equipar, manter e gerir os Centros de Esporte e Lazer, para massificação do Esporte e não gastar o dinheiro com eventos de Beach Soccer ou trazer Seleção Brasiliera Master para o evento em Manaus, é demais para um coração hipertenso.

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