quarta-feira, junho 02, 2010

FUTEBOL ESTATIZADO: BOM DE BOLA RUIM DE GESTÃO


Com dinheiro do contribuinte, governo formará jogadores e clubes formarão times a custo zero.

A melhor das intenções nem sempre é a mais acertada, mesmo quando o fim é resolver um problema congênito, mas o remédio receitado pode piorar a doença se o paciente tiver histórico de vícios. É o caso do futebol amazonense, que agora ganha um presente de pai para filho. E bota presente nisso. Ao colocar o programa social. Bom de Bola à disposição dos clubes para que dali forme seus times de categorias de base, a Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (SEJEL), que administra o programa, apóia e reforça a falta de compromisso das agremiações com formação de jogadores, isto não é função do Estado, nós temos um grande Pólo Industrial com mais de Quinhentas empresas que poderiam em parcerias com os clubes locais patrocinarem o futebol amazonense. Isso, agora, é de responsabilidade do governo. Ou seja, somos nós contribuintes que vamos pagar a dívida, o orçamento do programa Bom de Bola para este ano é de R$ 832,184 mil, para formar atletas, isto não é função do Estado e sim a massificação do Esporte como um todo, o auto-rendimento deve ser executado por clubes que são iniciativas privadas, sendo assim os clubes vão também utilizar esses recursos na mão de obra. É a velha parábola do pescador. Em vez de dar vara e ensinar a pescar, a SEJEL serve o peixe frito, com arroz, farinha e feijão de graça. Você se daria ao trabalho e aprender a pescar com esse privilégio? Se levarmos em conta que os clubes amazonenses só disputam campeonatos se o governo e a prefeitura bancarem.

O discurso a favor da iniciativa é o da conjectura, dirigentes e técnicos acreditam que o Bom de Bola vai resgatar a identidade dos clubes e a popularidade junto ao torcedor, além de reduzir a dependência dos jogadores de outros estados. Tudo soa ingênuo, ou falso. Como os clubes não têm nenhum compromisso com o futebol de base, agora então nem se fala. E se não são capazes de criar uma identidade a partir deles mesmos, quem garante que farão isso com um programa social de governo com o qual não tem nenhuma responsabilidade e custo? E se o Bom de Bola pode representar o fim da dependência dos jogadores de fora do Estado, por que os clubes até hoje não conseguiram essa meta com sua próprias categorias de Base? Como não conseguiram com a Copa dos Rios e o Peladão que são as duas maiores competições de futebol do Estado e fontes para a garimpagem de craques? Sendo o programa de caráter social, como assegurar que os garotos que não tiverão a oportunidade de se tornarem jogadores profissionais não se sintam frustrados e abandonem o Bom de Bola, fazendo com que o projeto perca sua finalidade?

Os questionamentos Vila Olímpica de Manaus são oportunos para reflexão, pois o que está em jogo é a credibilidade de uma ação social que pode ser o caso. Como tudo é feito para agradar e não para durar ou alguém ainda se lembra do Centro de Alto rendimento da Vila Olímpica? No momento o que se fala é o legado, o legado deste projeto foi abandono do mesmo e da própria Fundação Vila Olímpica Danilo de Mattos Areosa, pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para grandes competições na região norte, o estádio Olímpico de Belém – PA, mais bem estruturado, conquistou essa posição. Para um complexo esportivo no qual correram Campeões Mundiais como Donovan Baile, o legado foi o esquecimento.

A idéia de tornar o Bom de Bola uma fonte de jogadores para os clubes é boa na concepção, mas péssima na execução. A seção de jogadores deve ser natural, sem que isto seja o objetivo fim. Se for, termina o programa social e começa o projeto de futebol. Se os clubes lucrarem com isso o contribuinte deve pedir restituição de impostos e eu também.

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