sábado, maio 30, 2009

Copa do Mundo em Manaus... República do Pão e Circo.

Após o Pan-Americano em 2007, no Rio de Janeiro, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) acredita que o Brasil tem condições de sediar as olimpíadas de 2016. Lançou a candidatura do país a uma competição de proporções chinesas e já gastou algo em torno de R$ 1,5 milhão apenas com a promoção da candidatura. A Copa do Mundo de Futebol será no Brasil, em 2014, e há estados com projetos faraônicos, como o do Amazonas, estimado em R$ 6 bilhões. Um espanto, haja vista que o futebol profissional é decadente em nosso estado, pairando a célere filosofia: que legado ficara para Manaus?
Alguns de nossos pequenos e quase centenários clubes ainda não tem nem um Centro de Treinamento próprio. Na Alemanha, na ultima copa do Mundo, a Seleção Brasileira treinou no campo de um time de quarta divisão, e ele tinha gramado apropriado, pista de atletismo, e todos acessórios necessários para funcionar satisfatoriamente. Mesmo na África do Sul, e que não está entre os dez melhores do futebol africano, o que não falta é Centro de Treinamento. Na hora que chegarmos a esse ponto, teremos dado um passo iniciante na cambaliante ação de sediar uma copa.
Não vejo com muito otimismo o fato de Manaus como sede da Copa do Mundo, pois destruiremos parte da Fundação Vila Olímpica de Manaus (Danilo de Mattos Areosa), além do Kartódromo e do Sambódromo e quando teremos outra? Apesar da mesma está inoperante.
O único legado que verifico é o das empreiteiras e construtoras locais, como também, os percentuais de políticos inescrupulosos de nosso estado. É com esta máscara de teatro de circo e pão, como dizia os gregos antigos que verificamos o cenário esportivo em nosso estado. Feliz e triste, falso e verdadeiro, cínico e honrado, que veremos a copa do mundo em nosso País.
Os argumentos a favor são a projeção internacional turística da Amazônia, principalmente a geração de empregos, a melhoria da infra-estrutura urbana da cidade e a atração de investimentos do setor privado, e porque não dizer também, do público.
São justificativas incontestáveis, de fato, países que promovem esses eventos atraíram milhares de pessoas durante as competições, melhorando a urbanização das cidades e atraíram capital. É o caso da Alemanha 2006, e China com a Olimpíada de Pequim. Mas nesses Países, o diferencial é que o projeto esportivo foi concebido para durar. Leis foram criadas para garantir verbas de manutenção aos estádios e complexos olímpicos, além de parcerias com a iniciativa privada, como concessão e até privatização.
Essa não é... finitivamente a cultura brasileira. E exemplo não falta, na fórmula1, a cada ano a prefeitura de São Paulo gasta milhões com reforma do Autódromo de Interlagos, as vésperas do GP do Brasil, porque não consegue manter a pista e a arquibancada em perfeitos condições durante o ano. No Rio de Janeiro, após o Pan-Americano 2007, não há mais competições de atletismo no Engenhão; apartamentos da Vila Olímpica estão abandonados porque não foram vendidos, estão emperrados pela burocracia pública, diante deste cenário real, não teatral quais as garantias que o COB e os governos estaduais estão dando para assegurar que a gastança com a possível olimpíada de 2016 e a copa de 2014 terão retorno aos cofres público e, claro ao bem-estar do contribuinte? Até agora nenhuma, sem falar na corrupção dos políticos que direcionam as licitações públicas como bem frisou o Senador Jarbas Vasconcelos do PMDB que o seu partido é um partido de corruptos.
Considerando que a cultura brasileira é fazer política com obra pública e não fazer política pública com obras, podemos esperar tudo, menos benefícios urbanos sociais e econômicos, com essas pretensões esportivas brasileiras, para ficar num exemplo próximo do amazonense, o sistema expresso foi idealizado para ser a maravilha moderna do transporte urbano em Manaus, como era um projeto de promoção política e não de bem-estar e qualidade de vida da população urbana, deu no que deu. A grande urbanista e arquiteta Ana Fanni, em seu livro “A Cidade” cita que cidade a partir de 1,5 milhão de habitantes deveria começar a pensar e porque não ter feito o metrô, e isso já deveria ser pensado e executado no ano de 2000 em Manaus.
A copa é irreversível, vai acontecer e será um teste para o país e porque não dizer para Manaus, capital do Estado do Amazonas, em termos de organização, como o Governo Federal já avisou que não vai dar nenhum centavo para a reforma de estádios de futebol, resta aos cartolas e governantes competência em convencer investidores a apostar nesta proposta, e este filme já foi visto no Pan de 2007 onde o valor inicial foi 3 vezes modificado.
Fonte: Jornal do comércio, coluna Geo-Holísitca, 01 de Abril de 2009.

ENFIM, QUEM PERDE É O ESPORTE, ENQUANTO A POPULAÇÃO...

A gestão do prefeito Serafim Corrêa na Prefeitura Municipal de Manaus ficou marcada pela inoperância no esporte e no Lazer nesta Capital, apesar do esforço na construção de espaços para tal prática, (Parque dos Bilhares, lagoa do Japiim). O acordo Político entre PSB e PC do B culminou diretamente para sua bancarrota política em Manaus.
Em se tratando da Secretária Municipal de Esporte e Lazer – SEMESP, na gestão (2005-2008) passaram por esta secretaria dirigida pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B) um filósofo e um biólogo sem a devida formação e capacidade para gerenciar o esporte e o lazer, ainda mais com mania de perseguição com os profissionais de Educação Física ali lotados, haja vista que, todos são oriundos da Secretária Municipal de Educação (SEMED), pois a mesma nunca fez concurso público para a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer - SEMESP, em 13 anos de existência da mesma.
O Partido Comunista do Brasil (PC do B) perdeu uma oportunidade única e inédita de fazer uma gestão ímpar com grande possibilidade de eleger mais candidatos para pleito municipal de 2009, no entanto, só fez o contrário, fez desta Secretaria um cabide de emprego, para acomodar mais de 150 filiados sem a formação e competência de exercerem os cargos, conforme relato na última semana do Secretário Municipal de Esporte e Lazer, Fabrício Lima e do Ex-Secretario e Ex-deputado Evilázio Nascimento (terceiro Secretário na Gestão Serafim Corrêa) que confirmou a autenticidade dos fatos.
O PC do B encheu a SEMESP com gerentes e sub-gerentes nos 16 pólos espalhados pela cidade denominados de Centro de Esporte e Lazer – CEL’s que na maioria das vezes se desentenderam com os profissionais de Educação Física, que são concursados, efetivos e lotados pela Secretaria Municipal de Educacao - SEMED.
Trabalhar com o esporte e o lazer comunitário é a função da SEMESP e isto já vinha sendo feito em gestões anteriores por profissionais de Educação Física com sua devida qualificação, pois para muitos é fácil trabalhar com esporte e lazer comunitário, mais quando se trata do desporto e do lazer nos finais de semana nenhum membro do PC do B queria trabalhar e nao conheciam se quer as regras básicas destas modalidades desportivas, ou também os conteúdos básicos do lazer classificados por Jofre Dumazedier como: Físico-desportivos, Culturais, Sociais, Pedagógicos, Manuais e Artísticos, como ocorriam com esses filiados.Enfim, quem perde é a população em geral, que fica sem fazer seu esporte e seu lazer nesses centros públicos por enchimento da folha desta secretaria, como também, a falta de material desportivo de qualidade para a prática desportiva, visando uma melhor qualidade de vida da população manauara.
Fonte: Jornal do Comércio, coluna Geo-Holística, 24 de Março de 2009.

Grupo de Pesquisa que participa

CEMH - AM - CENTRO DE ESTUDOS DO MOVIMENTO HUMANO DO ESTADO DO AMAZONAS (PESQUISADOR).


GRUPO DE CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS (PESQUISADOR).


LIBEF - UEA (LÍDER).

Artigos Publicados em Congressos, Simpósios e Seminários


1. 24 Congresso Mundial de Educação Física, 24º Congresso Internacioanl de Educação Física - FIEP 2008, Congresso de Fsioterapia do Mercosul, V Congresso Brasileiro Científico da FIEP..Caracterizacao histórica-cultural dos espacos públicos de lazer para a prática esportiva na cidade de Sào Gabriel da Cachoeira-Am ;. 2009. (Congresso).

2. II Intercâmbio de Acadêmicos de Educação Física do Amazonas.Implantação do curso de Educação Física pelo Sistema Presencial Mediado da Universidade do Estado do Amazonas - UEA.. 2009. (Encontro).

3. Congresso Mundial de Educação Física, 23º Congresso Internacioanl de Educação Física - FIEP 2008, Congresso de Fsioterapia do Mercosul, V Congresso Brasileiro Científico da FIEP..A Educação Física e a sua Perpectiva de Educação Continuada e Cultura da Paz.. 2008. (Congresso).

4. XVI Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia ; X Jornada de Inverno da SBGG e VII Jornada Brasileira de Enfermagem Geriatrica e Gerontologica.A Dança na Manutençao e o Resgate da amplitude articular e da flexibilidade do Idoso. 2008. (Congresso).

5. XII Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa.Criação do Curso de Educação Física pelo Sistema Presencial Mediado da UEA. 2008. (Congresso).

6. VIII Seminario Nacional de Politicas Públicas em Esporte e Lazer- Sustentabilidade Ecológica.Recreação e qualidade de vida numa cidade dos trópicos úmidos: uma visão das políticas públicas de lazer na cidade de Manaus -AM.. 2008. (Seminário).

7. 4º Congresso Científico Latino - Americano de Educação Física e 2º Cngresso Latino - Americano de Motrocidade Humana e 5º Simpósio Internacional de Dança em Cadeiras de Rodas.Lazer, Recreação e Atividade Física nos Espaços Públicos Urbanos e Unidades de Conservação Ambiental numa Cidade dos Trópicos Úmidos: O exemplo de Manaus a Amazônia. 2006. (Congresso).

8. X Congresso Nacional de História do Esporte, Lazer, Educação Física e Dança. II Congreso Latinoamericano de História De La Educación Física.O Ecoturísmo Desportivo : Um Instrumento a Serviço da Educação Ambiental. 2006. (Congresso).

9. XI Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa.O Ecoturísmo Desportivo: Um Instrumento a Serviço da Educação Ambiental. 2006. (Congresso).

10. I Congresso Brasileiro de Atividade de Aventura - CBAA.Possibilidades Ecoturísticas no Amazonas. 2006. (Congresso).

11. Seminários Avançados: Vetores, Controle Biólogico, Doênças Tropicais e Biotecnologia.Seminários Avançados: Vetores, Controle Biólogico, Doênças Tropicais e Biotecnologia. 2006. (Seminário).

12. X Simpósio Internacional de Atividades Físicas do Rio de Janeiro.A Intervenção da Cidade na Melhoria de Qualidade de Vida numa Cidade Amazônica: Manaus. 2006. (Simpósio).

13. I Simpósio da SBPC no Amazonas.A Presença da Universidade na Orientação Para Uma Melhor Qualidade de Vida numa Cidade Amazônica: Manaus. 2006. (Simpósio).

14. II Simpósio de Educação Física - Vitória - ES.Desenvolvimento Infantil, Educação Física Escolar e Práticas Pedagógicas. 2006. (Simpósio).

15. II Seminário Internacional: Fronteiras Étinico-Culturais e Fronteiras da Exclusão - Práticas e Contexto Intercultural.Esporte e Lazer: Uma Proposta de Inclusão Social Indíngena na Cidade de Manaus - AM. 2006. (Simpósio).

16. I Simpósio da SBPC no Amazonas.Lazer, Recreação e Atividade Física nos Espaços Públicos Urbanos e as Possibilidades ecoturístico nos Trópicos Úmidos: O Arquétipo da Amazônia Legal. 2006. (Simpósio).

17. I Simpósio da SBPC no Amazonas.Preservação e transmissão das Manisfestações Culturais do Maranhão Comparadas as da Vila Pitinga: Uma Comunidade na Amazônia. 2006. (Simpósio).

18. VI Encontro Científico da Vice - Reitoria de Pós - Graduação e Pesquisa da UNIP.Ciência e Saúde. 2006. (Encontro).

19. VI Encontro Científico da Vice-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UNIP.O Lazer e a Recreação as Praças Públicas Urbanas na Cidade de Manaus: Um Estudo de Caso.. 2006. (Encontro).

20. I Treinamento em Mosquitos Vetores:Da Matriz Peritrófica ao Mosquito Trangênico.Vetores de Doenças Tropicais na Amazonia. 2006. (Encontro).

21. Fórum Internacional de Esporte e Lazer.Fórum Internacional de Esporte e Lazer. 2006. (Outra).

22. 2º Conferência Municipal de Esporte - Prefeitura Municipal de Manaus - SEMESP.2º Conferência Municipal de Esporte - Prefeitura Municipal de Manaus - SEMESP. 2006. (Outra).

23. V Congresso Brasileiro de Atividade Física & Saúde.V Congresso Brasileiro de Atividade Física & Saúde. 2005. (Congresso).

24. V Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde.Lazer e Qualidade de Vida: Atividade Física e Saúde em um Grupo da Terceira Idade na Cidade de Manaus: Um Estudo de Caso. 2005. (Congresso).

25. III Simpósio Internacional de Educação Física e Desporto.Avaliação Física de Populações jovens: Testes de Laboratório e de Campo. 2005. (Simpósio).

26. III Simpósio Internacional de Educação Física e Desporto.Tendências Atuais da Preparação Física no Futebol. 2005. (Simpósio).

27. 13º Colóquio Internacional da AFIRSE e 3º Colóquio Nacional da AFIRSE secção Brasileira.Educação e Desenvolvimento Sustentável ( Diversidade, Diferenciação e Inclusão ). 2005. (Simpósio).

28. Consórcio das Instituições Brasileiras de Alimentação e Nutrição.Consórcio das Instituições Brasileiras de Alimentação e Nutrição. 2005. (Encontro).

29. Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. 2005. (Encontro).

30. III Encontro Acadêmico de Educação Física.A Ética e o Direito na Organização Desportiva. 2005. (Encontro).

31. I Colóquio de Educação Física.Lazer, Recreação e Qualidade de Vida: Uma Visão Ética do Espaço Público Urbano na Cidade de Manaus. 2005. (Encontro).

32. V Encontro Científico da Vice - Reitoria de Pós - Graduação e Pesquisa da Universidade Paulista - UNIP.Lazer, Recreação e Atividade Física nos Espaços Públicos Urbanos e Unidades de Conservação Ambiental numa Cidade dos Trópicos Úmidos: O exemplo de Manaus na Amazônia. 2005. (Encontro).

33. V Encontro Presencial FUNIBER.Sustentabilidade na Amazônia - Em foco do Programa de Pós-Graduação em Gestão e Auditoria Ambienta. 2005. (Encontro).

34. Encontro Nacional de Recreação e Lazer - ENAREL.Lazer, Recreação e Qualidade de Vida: Uma Visão Ética do Espaço Público Urbano na Cidade de Manaus. 2005. (Encontro).

35. 2º Prêmio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS.Lazer e Recreação em Manaus. 2005. (Encontro).

36. I Conferência Municipal de Esporte.I Conferência Municipal de Esporte. 2005. (Outra).

37. Educação Física e a questão Ambiental. 2005. (Outra).

38. 3º Congresso Científico Latino-Americano de Educação Física - UNIMEP.Atividade Física, Lazer e Meio Ambiente Urbarno em Manaus: Uma Visão Histórica. 2004. (Congresso).

39. I Congresso Virtual Brasileiro de Administração - CONVIBRA.Recreação e Qualidade de Vida numa Cidade dos Trópicos Úmidos: Uma visão das Políticas Públicas de Lazer na Cidade de Manaus. 2004. (Congresso).

40. I Simpósio Latino-Americano da Universidade do Futebol.Futebol: Técnicas e Táticas Modernas. 2004. (Simpósio).

41. Sociedade e Biodiversidade.Integração dos Cursos para área de Saúde e Educação Física por meio da informação e do conhecimento. 2004. (Simpósio).

42. 3º Encontro Acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo.Espaços Públicos de Lazer em Manaus. 2004. (Encontro).

43. IV Encontro Científico da Vice-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Paulista - UNIP.Lazer, Recreação e Atividade Física nos Espaços Públicos Urbanos e Unidade de conservação Ambiental numa Cidade dos Trópicos Úmidos: O exemplo de Manaus na Amazônia. 2004. (Encontro).

44. 2º Congresso Científico de Edicação Física - UNINILTON LINS.Atividade Física e Meio Ambiente: Complexo Poliesportivo da Ponta Negra em Manaus. 2003. (Congresso).

45. III Seminário Nacional de Políticas Públicas em Esporte e Lazer.Cidades e Urbanismo: Espaços e Equipamentos de Lazer. 2003. (Seminário).

46. 1º Encontro Acadêmico do Curso de Educação Física - UNIP - Campus Manaus.Espaços Públicos de Lazer em Manaus: O Papel das Políticas Públicas. 2003. (Encontro).

47. 4º Seminário de Legislação Desportiva. 2001. (Outra).

48. I Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 2000. (Simpósio).

49. 3º Seminário de Legislação Desportiva. 2000. (Outra).

50. Formação de Técnico Desportivo - Futebol de Campo. 1999. (Outra).

51. Formação de Técnico Desportivo - Futsal. 1998. (Outra).

52. Atualização de Recreação Escolar. 1997. (Outra).

53. Metodologia do Treinamento do Futsal. 1996. (Outra).

54. Atualização em Fisologia Desportiva. 1996. (Outra).

55. Técnicas de Basquetebol. 1996. (Outra).

56. A Prática da Pesquisa. 1995. (Outra).

57. Metodologia do Treinamento para Crianças e Jovens. 1995. (Outra).

terça-feira, maio 26, 2009

Estudos do lazer: um panorama contemporâneo.

No Brasil, as primeiras iniciativas de intervenção relacio­nadas ao lazer, cujos primórdios se encontram no final do século XIX, partem de preocupações com o tempo livre da população das maiores cidades do momento. Tais preocupa­ções podem ser entendidas no contexto de duas ocorrências históricas. Uma delas é o surgimento das primeiras organiza­ções de trabalhadores. Entre suas reivindicações pioneiras se encontrava a redução da jornada diária. Desde as primeiras gre­ves, lutou-se por um maior tempo livre, a exemplo do que ocorria na Europa. Na verdade, o contexto crescente de industrialização paulatinamente vai inserir o país em movimento semelhante ao do continente europeu.
Além disso, o próprio contexto de modernização da socie­dade brasileira vai contribuir a fim de tornar importante, para as cidades em crescimento, os momentos de vida festiva. Podemos identificar uma busca gradativa dos espaços públicos e uma or­ganização crescente do mercado de diversões, inicialmente com o teatro, posteriormente com o esporte e o cinema. Algo similar ao que ocorrera na Europa no período conhecido como Belle Époque, como foi o caso de Manaus no período áurea da borracha (1890-1920).
Naquele momento, o lazer ainda não era compreendido como um campo acadêmico e de intervenção profissional. Tais perspectivas somente passaram a se desenvolver a partir da década de 1920, quando alguns profissionais, influenciados pela experiência norte-americana e européia, começaram a se preo­cupar com maior profundidade e a propor estratégias de melhor organização dos espaços de lazer de algumas cidades, nota­damente em Porto Alegre (dirigidas por Frederico Gaelzer), em São Paulo (implementadas por Nicanor Miranda), e um pouco depois no Rio de Janeiro com o Serviço de Recreação Operária, dirigido por Arnaldo Sussekind e em Manaus com a construção da cidade pelos ingleses, esses espaços também foram construídos, tais como: Velódromo Álvaro Maia, Parque Amazonense e as áreas para regatas de remo nos igarapés de Manaus, dentre outras.
As primeiras "Praças de Esporte" e "Centros de Recreios" surgiram na transição das décadas de 1920 e de 1930, inseri­dos no quadro de controle dos espaços públicos, processo em desenvolvimento desde o fim do século XIX. Naquele momento, as atividades "recreativas" eram entendidas como forma de ma­nutenção da saúde e recuperação da força de trabalho, dimen­sões importantes para um país que se industrializava e sentia os impactos desse processo, principalmente na organização das cidades, que cresciam rapidamente e de forma desordenada. Não por acaso, houve uma forte ligação e um grande ofereci­mento de atividades físicas, consideradas as mais adequadas, tendo em vista tais intuitos.
No Brasil, os autores pioneiros das reflexões sobre a "re­creação" como uma boa solução para minimizar os problemas desencadeados pela modernidade, possibilitando intervenção na saúde e na higiene dos habitantes. Eram críticos em re­lação às mazelas sociais, mas não em relação às injustiças sociais que as ocasionavam, bastando a administração de um remédio eficaz que "mascarasse" os sintomas: as "atividades recreativas".
Assim sendo, rapidamente se estabeleceu uma forte re­lação com o profissional de Educação Física, encarado como o que possuía a formação mais adequada para atuar no campo da "Recreação" que se estruturava. Não por acaso, durante muitos
anos, este foi o profissional que esteve mais atuante com as atividades de lazer, uma dimensão ainda hoje presente e facil­mente identificável na presença constante de disciplinas ligadas ao campo de atuação em praticamente todos os cursos de for­mação profissional da área de Educação Física'.
Vale a pena destacar que nesse momento também pas­samos a conviver com duas nomenclaturas: "recreação" (uma influência norte-americana) e "lazer" (uma influência européia). Esta dupla definição persiste até hoje entre nós, normalmente sendo utilizado o primeiro termo para designar o conjunto de atividades, e o segundo para abordar o fenômeno social.
O problema é que historicamente foi construída uma res­trição do termo "recreação" a um conjunto de atividades (jogos, brincadeiras, etc.), empobrecendo o entendimento do fenômeno lazer e limitando as possibilidades de intervenção pedagógica a um simples oferecimento despretensioso de tarefas destinadas somente a passar o tempo.
Naquele momento histórico (décadas de 1920 e 1930), outro campo de intervenção trouxe à tona as preocupações com as "atividades recreativas": o primeiro segmento escolar, aquele que abarca as crianças mais jovens por ocasião de sua entrada nos colégios, mais uma vez estabelecendo-se uma forte ligação com a Educação Física.
A partir daquele instante, começa-se, de forma enfática, a apresentar as atividades de "recreação" como as mais ade­quadas para atuar na Educação Física com crianças daquelas séries iniciais, uma preocupação que já existia nas Escolas Nor­mais desde o século XIX. Vejamos mais uma vez que, na ver­dade, referia-se a brincadeiras e jogos, confundindo-os com os mesmos implementados nos parques e praças.
Concomitante às preocupações com a "recreação" em pleno desenvolvimento, começaram a surgir disciplinas especí­ficas nos cursos de graduação em Educação Física, e também os primeiros livros ligados ao assunto; pioneiras tentativas de teorização e constituição de um campo acadêmico mais sólido. Nas décadas de 1940 e 1950 esses livros eram em geral apa­nhados de jogos, uma prática que persiste até os dias de hoje, ou tentativas de teorização a partir de conexões com a psicolo­gia. Surgem também os primeiros cursos de aprofundamento e extensão, o que demonstra que aumentam as preocupações com a atuação profissional, foco primordial de reflexões.
Nesse percurso podemos identificar alguns problemas que de alguma forma ainda persistem: a) uma perspectiva de compreensão das atividades de lazer como remédio para cor­reção dos problemas da sociedade "moderna"; b) em função do contexto social e da formação de origem de grande parte dos profissionais (Educação Física), uma valorização excessiva das atividades físicas, quando o campo do lazer é por certo mais amplo; c) a não consideração das diferenças entre atividades a serem aplicadas na escola e fora dela, notadamente a partir da adoção da noção de "recreação"; d) uma maior valorização para o simples elencar de atividades e pouca compreensão acerca da importância dos referenciais teóricos que permitam uma in­tervenção qualitativamente superior .4
Ainda que tenha uma longa trajetória anterior, é somen­te a partir da década de 1960 que as discussões relacionadas ao lazer, à recreação e à animação sociocultural ampliam-se e tornam-se mais freqüentes. Inicialmente devemos considerar a influência do conjunto de experiências relacionadas à Educa­ção Popular e do pensamento de Paulo Freire, que acabam por explicitar e questionar os limites das intervenções usualmente desenvolvidas, e a exigir uma nova postura perante a animação sociocultural (mesmo que ainda o termo não fosse normalmen­te utilizado), algo plenamente compreensível naquele momento histórico, marcado pela perspectiva de construção de uma de­mocracia ampla no país.
Essa perspectiva de intervenção é, em certo sentido, bas­tante obliterada pelo golpe militar de 1964. Ainda assim, essas experiências continuam em desenvolvimento, mesmo no ambien­te de tensão estabelecido pelo cenário da ditadura, e marcam fortemente um modus operandis original, que inclusive extrapola as fronteiras nacionais: o pensamento de Freire se torna refe­rência em vários outros países latino-americanos, africanos e mesmo europeus (em Portugal, por exemplo).
Outro fator relevante é o fato de as temáticas "recreação" e "lazer" começarem a ser tratadas de forma mais sistemática, tanto em instituições acadêmicas quanto em iniciativas de orga­nizações governamentais. No âmbito das universidades, desde os anos 1970 e mais claramente a partir da década de 1980, organizam-se grupos de pesquisa, realizam-se eventos cientí­ficos, escrevem-se artigos e livros sobre a temática, no interior de diferentes áreas do conhecimento. Em comum, entre essas diferentes reflexões, deve-se ressaltar a compreensão da carac­terística multidisciplinar da temática.
Além disso, deve-se destacar a tendência de tratar o as­sunto de forma mais crítica, isto é, não mais oferecer somen­te um conjunto de atividades para o simples passar do tempo, que acaba contribuindo para a alienação do indivíduo perante à sociedade. Trata-se, sim, de perceber que temos uma podero­sa ferramenta de intervenção em busca da construção de uma nova ordem social, mais igualitária e mais justa. Nos órgãos do governo, vemos surgir as primeiras inicia­tivas de elaboração mais estruturada de políticas públicas, mes­mo que ainda tímidas e, muitas vezes, perpetuando determina­das imprecisões conceituais, como sua dissociação do fórum da cultura e sua ligação direta e linear ao esporte. Sem falar no fato de que as secretarias ligadas à temática normalmente recebem menos verbas, como se ainda persistisse uma rígida hierarquia das necessidades humanas. Curiosamente, entre governos con­servadores e progressistas, vemos equívocos nas políticas pú­blicas relacionadas ao lazer e à animação cultural.
Nesse quadro, tornaram-se mais freqüentes iniciativas institucionais, por parte do poder público, de oferecimento de atividades de diversão, tais como a organização de passeios ci­clísticos e o fechamento de logradouros ao trânsito nos fins de semana, as chamadas ruas de lazer. Nos anos 1970, seguindo a campanha "Mexa-se", o governo federal lança o programa "Es­porte para Todos".
O lazer emerge como importante instrumento de "re-hu­manização", encontrando seu lugar na pauta das agendas públi­cas. O "Seminário Nacional sobre Lazer", realizado em Curitiba, em novembro de 1974, foi apontado como a iniciativa responsá­vel por ter transportado o "problema da qualidade de vida numa grande cidade para a esfera concreta das preocupações oficiais" (Revista VEJA, 4 de dezembro de 1974, p. 54). Com a presença de arquitetos, urbanistas, sociólogos, economistas e assisten­tes sociais, o evento foi avaliado como uma "cruzada em favor de uma nova, mais humana e mais atraente fisionomia para as grandes metrópoles contra um universo de tédio, frustrações culturais e desespero que perseguem seus habitantes" (Revista VEJA, 4 de dezembro de 1974, p. 54).
Em 1975, novo congresso seria realizado, dessa vez no Rio de Janeiro: o 1 Encontro sobre o Lazer, Cultura, Recreação, Educação Física". E, também, começaram a ser traduzidos os livros do pesquisador e sociólogo francês Joffre Dumazedier', proponente da constituição de uma sociologia empírica do lazer, para ele única forma de dar conta da complexidade do fenômeno na contemporaneidade. Em breve, a temática passaria também a ser discutida nas universidades e seria tratada como questão acadêmica; as suas relações com a questão urbana não mais abandonariam as pautas de investigação.'
Nas décadas de 1980 e 1990, além da continuidade de organização do campo acadêmico e do aperfeiçoamento de ex­periências de intervenção, vemos o delineamento definitivo no Brasil, embora ainda embrionário, de iniciativas ligadas à orga­nização de uma "indústria de lazer e de entretenimento", como já ocorrera em outros países do mundo. Notadamente podemos identificar o crescimento das preocupações com o turismo, a consolidação do esporte como poderoso produto de negócios, o fortalecimento do mercado cultural ligado às diversas manifes­tações artísticas, o aumento do poderio dos meios de comuni­cação, o rápido (embora desordenado) crescimento do mercado de parques temáticos.
No que se refere aos museus, cinemas, teatros e todo equipamento artístico, vemos que no Brasil também cresce a profissionalização de sua administração e a organização de grandes eventos, sendo cada vez maior a preocupação eco­nômica com tal mercado. É importante também destacar que o Brasil já é reconhecido como parte do grande mercado interna­cional de cultura, tendo chamado a atenção de conglomerados multinacionais que, paulatinamente, têm se instalado no país.
Estima-se que a indústria cultural brasileira tenha movi­mentado, no ano de 1998, aproximadamente R$ 6,5 bilhões, (cerca de 1% do Produto Interno Bruto - PIB), e que, em 2000, mais de 2.500 empresas tenham investido em cultura. Somente no Estado do Rio de Janeiro, tal setor movimentou 3,8% do PIB, tendo mobilizado, em 1999, R$ 5,1 bilhões, recolhendo mais ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do que indústrias tradicionais como a de química e a de alimentos. Não é de surpreender, então, o resultado de uma consulta da Target Pesquisas, indicando que entre 1983 e 1997 praticamen­te dobrou, em todas as classes (A, B, C e D), a fatia de orçamen­to destinada ao consumo de produtos de lazer/entretenimento.
A questão é que esse mercado e essas oportunidades têm se desenvolvido de forma bastante seletiva, somente acessível em sua plenitude à pequena parcela da população. O desafio maior nesse momento parece ser estruturar estratégias que per­mitam e estimulem os extratos excluídos da população brasileira a ter acesso a tais bens culturais, um dos desafios maiores e mais prementes para pensarmos o fenômeno social Lazer no Brasil.
Como hoje se delineia em nosso país o campo de iniciativas ligadas ao lazer? Podemos traçar um panorama a partir de seus elementos constitutivos. No que se refere aos grupos de pesquisa, nos últimos 10 anos, tornaram-se mais estruturados e atuantes co­letivos que se dedicam ao estudo de diversos aspectos ligados ao lazer na sociedade. Até o momento, temos cerca de 50 grupos cadastrados no Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).
Se analisarmos sua distribuição pelas regiões brasileiras, veremos que a concentração é maior nas regiões Sudeste e Sul. Percebemos uma grande concentração de pesquisas nas regiões mais ricas do país, sendo um desafio difundirmos os estudos para aquelas regiões menos desenvolvidas do ponto de vista econômico.
Podemos também identificar que mais da metade dos grupos estão abrigados em faculdades ou departamentos de Educação Física. Outra parte significativa está organizada em faculdades de Pedagogia (em muitos casos também liderados por profissionais oriundos da Educação Física) e em departa­mentos de Antropologia. Há também grupos nas áreas de Tera­pia Ocupacional, Fisioterapia, Administração, Pedagogia, Economia, Turis­mo, Urbanismo e Arquitetura, Psicologia e Medicina." Vale ressaltar que, no cadastramento de cada grupo, o coordenador indica palavras-chaves que identificam sua organi­zação. Foi possível perceber que, na verdade, em alguns des­ses grupos a temática lazer não é a de principal interesse, mas sim ocasionalmente discutida. Mesmo nas linhas de pesquisa de alguns grupos não foi possível encontrar referências explícitas à temática.
De fato, temos no Brasil cerca de 15 grupos específicos e exclusivamente organizados para estudar, pesquisar e intervir no campo do lazer. Um número ainda pequeno se considerarmos a importância que a temática possui e mesmo se levarmos em con­ta que já existem muitas estratégias de intervenção em desen­volvimento, notadamente em comunidades de baixa renda.
No que se refere às associações científicas, não possuímos no Brasil uma específica e exclusiva dedicada ao lazer. Contudo, no âmbito do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), entidade científica que congrega interessados em discutir a Edu­cação Física e o Esporte, está organizado um Grupo de Traba­lho Temático (GTT) para tratar do assunto. O CBCE organiza congressos nacionais a cada dois anos; e, periodicamente, con­gressos regionais/estaduais, sempre com a participação ativa do GTT de lazer. A temática é também freqüentemente abordada no periódico científico daquela entidade: a Revista Brasileira de Ciências do Esporte.
Além disso, a temática é constantemente discutida nas iniciativas da Associação Brasileira de Bacharéis de Turismo (ABBT), que também organiza periodicamente eventos científi­cos, como o Congresso Brasileiro de Bacharéis de Turismo; bem como em iniciativas ligadas às associações de outras áreas de conhecimento (o que não surpreende, pois estamos falando de temáticas multidisciplinares).
No que se refere aos eventos científicos específicos, te­mos no país dois encontros regulares: a) o Encontro Nacional de Recreação e Lazer (ENAREL), realizado anualmente; b) o Se­minário Lazer em Debate, também anual. Como se pode iden­tificar, temos um número pequeno de encontros especiais para a temática.
Pensando na questão da publicação e da difusão de pes­quisas e experiências relacionadas aos assuntos, podem-se identificar artigos apresentados nos mais diferentes periódicos, das mais diversas áreas de conhecimento. Contudo, a Licere é o único periódico exclusivo publicado no Brasil, editado pelo Centro de Estudos do Lazer da Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais.
Já no que se refere à formação profissional, temos mui­tas iniciativas organizadas no país. Existem vários cursos livres sendo oferecidos por entidades diversas e/ou em eventos es­pecíficos, mas nem sempre se pode atestar a qualidade dessas iniciativas. Grande parte dos profissionais de lazer continua sen­do preparado no âmbito de outros cursos de graduação, notada­mente nas faculdades de Educação Física e Turismo, nos quais existem disciplinas específicas ligadas ao assunto. Vale também destacar que em algumas faculdades de Educação Física é ofe­recido um aprofundamento particular direcionado ao lazer, nor­malmente a partir do terceiro ano de curso.
No caso de pós-graduações, no mestrado e doutorado, o assunto tem sido abordado em programas das mais diversas áreas (Educação Física, Psicologia, Comunicação, Educação, Ciências Sociais, Turismo, entre outras). No ano de 2007, a Uni­versidade Federal de Minas Gerais deu início ao primeiro curso de mestrado especificamente ligado à temática,como também a Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP, na área de concentração em Corporeidade,Pedagogia do Movimento e Lazer.
No caso das especializações (pós-graduações lato sen­su), encontramos quadro semelhante ao das graduações. A te­mática é tratada em alguns cursos na área de Educação Física e Turismo, por meio de disciplinas próprias ou como estímulo à produção de monografias, entretanto existem poucos cursos completamente dedicados à formação do profissional de lazer.
Entre esses, destaca-se o Curso de Especialização em Lazer, promovido e oferecido pelo Centro de Estudos de Lazer da Escola de Educação Física da Universidade Federal de Mi­nas Gerais, o único oferecido com regularidade. Por lá passa­ram muitos dos profissionais que hoje atuam como animadores culturais e/ou como pesquisadores na área. Existem também os cursos de especialização no formato Master Business Adminis­tration (MBA), cujo objetivo pronunciado é a formação do admi­nistrador e do gestor de negócios.
Além disso, nas áreas ligadas às artes (música, cinema, artes plásticas) se não percebemos comumente uma discussão ligada ao lazer e à animação cultural, podemos sim identificar preocupações com a preparação do profissional que servirá
como intermediário entre o grande público e as obras mais com­plexas no contexto da contemporaneidade: o professor de edu­cação artística, o mediador cultural ou monitor de exposições, que também atuam como animadores culturais.
Todas essas importantes iniciativas de formação, sob pontos de vista diversos, procuram apontar os caminhos, os de­safios, os limites e as perspectivas para que seja possível pre­parar o profissional que atuará nos mais diversos âmbitos de intervenção. Contudo, somos forçados a admitir que: a) ainda estamos longe de compor um quadro seguro de reflexões re­lativas a uma boa qualidade de formação; b) grande parte dos profissionais de lazer atuantes no mercado não teve acesso a tais pensamentos e ainda atua de forma no mínimo simplista, para não dizer equivocada.
Alguns fatores por certo dificultam a implementação de uma formação de melhor qualidade do profissional e pesquisa­dor de lazer, entre elas:
a) a tradição histórica, que muitas vezes ainda confunde a atuação no âmbito do lazer com o simples oferecimento de uma série de atividades. Por isso, é comum encontrarmos cursos e livros que nada mais fazem do que apresentar um repertório de brincadeiras, sem uma discussão teórica mais consistente. Em alguns locais, podemos dizer que este ainda é o pensamento hegemônico;
b) a compreensão de que trabalhar no âmbito do lazer é simples, no qual qualquer um pode atuar, bastando ter algumas características de personalidade (ser divertido, ter carisma) e sa­ber muitas brincadeiras;
c) as características multifacetadas do mercado de atua­ção profissional. Imagine-se a dificuldade de formar um profis­sional que pode atuar nos mais díspares postos de trabalho;
d) o caráter não disciplinar da temática, afinal diversas áreas de formação estão relacionadas com a atuação do profis­sional: Educação Física, Dança, Artes Plásticas, Música, Teatro, Cinema, Psicologia, Sociologia, Comunicação Social, Adminis­tração, Turismo, entre outras;
e) a desvalorização do profissional, não havendo ainda nenhuma regulamentação mais explícita relacionada com a jor­nada de trabalho, salário, condições de atuação, etc.;
f) o perfil exigido do profissional, complexo em função da peculiaridade do campo de atuação.
Quais são as práticas e qual o campo de trabalho do profissional de lazer? A grande "novidade" neste cenário con­temporâneo é a explosão do número de "projetos sociais", na maior parte das vezes conduzidos por organizações não-go­vernamentais. Apresentados, não poucas vezes, como a "única saída possível" para a situação de pobreza que atinge grande parte da população brasileira, muitas são as polêmicas que cercam tais iniciativas: estaria o Estado abrindo mão de suas responsabilidades, transmitindo-as de forma pouco controlada para outros setores, supostamente organizados da sociedade civil? Não estaríamos a ver surgir uma "indústria da pobreza", cujos maiores beneficiários são os setores das classes médias empregados e determinados empresários que ganham com a isenção de impostos e com a construção de uma imagem de responsabilidade social? Esses projetos não continuam a pro­pagar o velho discurso funcionalista e salvacionista, agora com novas roupagens? No fundo grande parte desses projetos não acaba trabalhando com a mesma lógica cultural da sociedade do espetáculo? Quais são os reais ganhos que tais projetos trazem aos envolvidos? De qualquer maneira, cresce notavel­mente o campo de atuação com o rápido surgimento dessas iniciativas.
Pode-se perceber que o campo de trabalho é crescente também em outros espaços: clubes, ruas de recreio, colônias de férias, hospitais, empresas, festas infantis, acampamentos, museus e centros culturais, podendo o profissional atuar tanto diretamente animando o público-alvo quanto como gestor/admi­nistrador de atividades.
Muitas entidades privadas oferecem programas de lazer. Entre estas, destacam-se o Serviço Social do Comércio (SESC) e o Serviço Social da Indústria (SESI), que possuem longa tra­dição de envolvimento com o assunto e uma vasta rede de ins­talações em todos os estados brasileiros. Ambas são entidades patronais, atuantes desde a década de 1940, mantidas por um imposto recolhido dos empresários do comércio e da indústria. Em certos locais e em certos momentos históricos, tais entida­des chegaram a substituir a ação dos poderes públicos.
Enfim, este é o quadro que se apresenta no Brasil. A te­mática lazer nos últimos 20 anos têm se tornado cada vez mais uma preocupação e avançam as iniciativas ligadas tanto à refle­xão teórica sobre o assunto quanto ao número de experiências concretas de intervenção. Mas ainda são enormes os desafios a serem encarados e muitas as ações e as tarefas a serem enca­minhadas para tornar qualitativamente superior nossa compre­ensão e nossa capacidade de intervenção.
Este livro apresenta um pouco desses esforços. Seus ca­pítulos são investigações desenvolvidas por pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento, articuladas ao redor de um grupo de pesquisa na cidade de Manaus, tendo em comum o fato de buscarem inserir o lazer no cenário de tensões da sociedade contemporânea, uma preocupação com articulação entre teoria e prática e um desejo por contribuir para a construção de uma cidade mais justa.Esperamos que o leitor, após ler esta produção coletiva, sinta-se convidado a embarcar nessa fascinante viagem pela cidade de Manaus e pelos
magníficos conteúdos do lazer.

Lazer: Habilidades Históricas - 2009


LAZER: HABILIDADES HISTÓRICAS E EDUCACIONAIS
Há muito mais habilidades históricas e educacionais aplicadas ao lazer do ser, do que possa imaginar nossa vã filosofia.
É o que este livro apresenta ao leitor, privilegiado pela visão do autor, no sentido de trazer ao conhecimento e ao convívio daqueles que, de alguma forma ou por algum motivo maior não haviam ainda percebido a exata e tamanha dimensão do que é lazer.
O contraponto da educação para o trabalho e desta para o lazer, constitui preocupação das sociedades atuais, na busca incessante pela qualidade de vida encravada e escrava da urbanidade. As mudanças recentes sinalizam para uma reflexão maior sobre o que é desfrutar a vida, ante os paradigmas do pensamento mitológico da filosofia antiga e os paradigmas do homem contemporâneo. Tão difícil de ser vivido em sua plenitude, o lazer passou a ser um item a mais no cardápio da dieta lúdica das necessidades humanas. Tal consciência de que é preciso estimular cada vez mais o lado ludens de nossa civilização tão faber, passou a constituir nos tempos atuais em vigoroso campo de trabalho, à medida que o homus tecnologicus desenvolve cada vez mais tecnologias em favor de seu tempo dedicado aos interesses de sua sociabilidade, em particular no que tange à família e ao entretenimento, desde a idade juvenil até, quiçá, à melhor idade ou à Terceira Idade, como queiram.
Divertir-se sempre é a palavra de ordem para a superação dos preconceitos existentes sobre o que é lúdico. Tais preconceitos incluem ricos e pobres na direção do equilíbrio do balanço social do conjunto de fatores socioeconômicos que distanciam as pessoas entre si, contrariando princípios da universalidade do homem ludens, posto que, nem só de pão vive o homem. Do homo pai ou mãe às instituições religiosas, passando pelo contexto político-econômico o lazer constitui o ambiente meio para tornar a vida mais prazerosa e menos estressante, menos ociosa, menos reprimida, menos oprimida e muito mais menos. Sem atrapalhar o trabalho e os deveres o homem encontra nos lazeres da vida as amenidades para o trabalho difícil, pois fácil é divertir-se e esta é uma decisão voluntária do ser no exercício de sua dignidade cidadã.
Ser faber e ludens ao mesmo tempo é tarefa difícil para aqueles que não exercem seus afazeres com amor servil. Em meio à artificialidade do homo faber nasce o homo ludens integrados entre si em meio a estratégias de ruptura de seus destinos.
Lazer e permissão são sinônimos desde a Grécia antiga e que nos remetem ao ideário de liberdade do ser nas mais diversificadas formas de expressão cultural e religiosa. Os medos coletivos baseados no senso do pecado ainda continuam estigmatizando o lazer como causa dos fracassos espirituais ante a figura do mal em detrimento da figura do bem divino. Ledo engano. Aos pobres os rigores do trabalho e aos ricos os benefícios do lazer, constitui hipocrisia social-cristã no âmbito do cinismo das religiões como um todo, diferentemente ao que pregou Jesus Cristo, ou seja, o amor à natureza do ser de forma lúdica num convívio harmônico. Do proletariado feudal ao estilo burguês dos nobres o lazer continua sendo uma forma de distinção social sem, necessariamente, ser exageradamente levado à sério ou tratado de forma fútil.
Aventura, competição, vertigem, fantasia são alguns dos ingredientes motivacionais na formulação do tempero do lazer. Haja imaginação!
Como se divertir ante tanta imaginação? Eis a questão! O lazer como diversão pode ser praticado dentro e fora do ambiente doméstico. Entretanto, há que se levar em conta a diversidade de meios hoje disponíveis ao honro contemporaneus em termos de comunicação e convívio social. Isto vale tanto para os meios eletrônicos como para os ambientes de acesso ao público, particularmente aqueles que promovem a interação do homem com a natureza lúdica. Também se incluem neste contexto os segundo lares, ou seja, os sítios, chácaras e fazendas que servem tanto para o lazer familiar quanto para o trabalho e renda complementares, bem como os lugares que promovem as atividades sócio-recreativas e contemplativas, dando asas à expansão do lazer com liberdade.
Liberdade e lazer são estímulos à sexualidade do ser humano. Não obstante ao fortalecimento contínuo dos movimentos feministas, de forma aceitável ou não em relação aos dogmas existentes o sexo continua sendo visto como vilão da superpopulação global, em razão do ócio social mundial. Neste sentido, o sexo impõe a todos, responsabilidades na prática do lazer baseado no prazer sexual que motiva as relações humanas. O lazer constitui, então, em elemento fundamental para o entendimento e compreensão do corpo biológico, que sofre e que sente sensações de toda ordem e sorte, mas que sempre pedirá conforto em diversos climas de cunho psicológico, seja de caráter sagrado, profano ou até mesmo romântico. Quem sabe seja o lazer o segredo da vida feliz!?
Mas, então, por que é tão difícil divertir-se para ser feliz? Esta é uma questão inesgotável de argumentos. Entretanto, a corrupção aos ingredientes motivacionais já comentados anteriormente, constitui arma poderosa no sentido contrário da vida feliz. O outro lado da moeda do lazer pode representar o lado mal desta corrupção, a qual pode revelar-se na forma de violência e agressividade impulsivas, vícios escravizadores (químicos ou não), adivinhações e apostas, idolatrias equivocadas, além de outras. Pior do que todas estas mencionadas a "concretude" psicótica" insurge sobre os limites do indivíduo com a força de uma tormenta mental no campo das ilusões fantasiosas. Para vencer tais dificuldades o importante como regra é participar do jogo do lazer e não tão somente competir, pelo simples caráter desafiador dos ingredientes motivacionais. Lazer, prazer e trabalho são combinações, mas não se miscuem.
Entre o fazer algo e não fazer nada o tédio pode, também, constituir-se num aliado do mal contra o lazer prazeroso. Porém, este fazer ainda implica no caráter do que é produtivo e improdutivo em termos de uso do tempo e de sua administração, na luta pela superação dos estados biorrítmicos do homem, no que tange ao rompimento da inércia psicológica sobre o não fazer nada, tão característico das sociedades urbanas e rurais. Isto é, não há distinção para as diferenças individuais, do ponto de vista verbal, entre o ser urbano e o ser rural. Ambos se organizam em tribos humanas, mas sofrem influências astrais diferenciadas entre as luzes artificiais das cidades e as luzes naturais das estrelas, que de alguma forma afetam ou influenciam as razões existenciais de cada um, cuja liberdade em sua complexidade permite ao homem com sua inteligência vencer todo e qualquer tédio, através de suas habilidades históricas e educacionais aplicadas ao lazer.
Será que nada vence ou supera o lazer? Do ponto de vista conceitua) não. Entretanto, os hábitos da vida capitalista e não-capitalista estão intimamente ligados à disponibilidade de dinheiro. Pode até parecer um transe coletivo - mas não é. A distância
entre a pobreza e a riqueza está na indisponibilidade de oportunidades cidadãs e na falta de recursos sócio-culturais, impostos pelos vários modelos de poderes de domínio sobre o ser humano, cujos interesses garantem suas sustentabilidades, através do rompimento dos vínculos entre as estruturas sociais humanas, as quais deveriam ser fortalecidas em favor do nivelamento da qualidade de vida entre os povos, permitindo assim que o lazer pudesse constituir elo de integração, mediante a sua diversidade de aplicação, no sentido de corpos e mentes sadias. O fosso entre a classe rica e a classe pobre constitui na atualidade o espaço ocupado pela classe média, a qual sofre dilemas sócio-econômicos na tentativa de manter-se em patamares de satisfação e felicidade e na fuga ante inúmeras possibilidades de se tornar infeliz, do ponto de vista social capitalista. É a "psicologia da felicidade", que relaciona o estado capital da riqueza e da pobreza com os estados de felicidade e infelicidade. Entre um pólo e outro criam-se óbices ao lazer e tentativas de se justificar o ócio ao lazer.
As várias pontes existentes entre o faber e o ludens, entre o trabalho e o lazer, representam desafios da problemática humana no curso de seu relógio biorrítmico. Na facilidade do lúdico de antigamente encontrava-se o aconchego e o consolo para a alienação das gerações de outrora. Na dificuldade do ludens e na artificialidade do faber encontram-se os dilemas, os complexos e as síndromes das gerações atuais e futuras, cuja sustentab il idade desafia os especialistas de plantão. Qual será então a qualidade da aposentadoria desta e das futuras gerações?
Relaxar e gozar? Claro que esta não é a palavra de ordem ante a possibilidade da falência do ludens e do faber. Importante e necessário se faz, no sentido de desfrutar-se do lazer, como se fosse este um ideal de vida, seja no âmbito do trabalho, da família e/ou da religião. Resignação, choro, oportunismo, reivindicação e ganhos, são tipos de reações inerentes aos que se habilitam a administrar o tempo em favor da qualidade de seus lazeres. Entre a passividade e a pró-atividade daqueles que em algum momento se arriscam a dedicar parte de seu tempo privilegiando o lazer e renunciando temporariamente ao trabalho, há que se buscar o equilíbrio entre o sucesso e a felicidade. Flexibilizar! Esta é, então, a palavra de ordem. Compartilhar! Esta é a regra do bem viver, com animação a qualquer tempo, baseada nos costumes culturais de cada tribo, urbana ou rural.
Melhor do que estar submetido ao controle dos meios de comunicação de massa é praticar os ensinamentos explicitados ao final do parágrafo acima. Formar opinião não é tão fácil ou tão simples, quanto ser controlado pelo poder das comunicações. O homo faber parece ser mais vulnerável às causas e efeitos da mídia global. Por conseguinte, o homo ludens apresenta melhores defesas para o desenvolvimento de seu senso crítico ante o poder pelo poder em suas variadas formas de difusão e tentativas de controle. A contra-arma disto é o uso do poder cultural em defesa de cada indivíduo.
Fortalecidas as defesas humanas o ser precisa ser capaz de pôr-se receptivo, sem ser, obviamente, passivo, às habilidades históricas e culturais aplicadas ao lazer. Neste sentido, a contemplação deve sobrepor-se ao trabalho na construção do calendário biorrítmico do indivíduo. A cadeia produtiva do lazer não deve desconsiderar a pirâmide social formada pelo senso temporal do faber, até porque não trabalhamos vinte e quatro horas ao longo de um dia, mas trabalhamos intensamente ao longo de doze meses de estações, com suas. Neste contexto evoluímos desde Sigmund Freud até os xamãs intelectuais da atualidade.
Da teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1882) depreende-se sobre as nuances entre diversidade e variedade. Neste sentido, ambas devem ser percebidas na estruturação das habilidades ante as possibilidades e oportunidades do ludens, como contribuição à composição e utilidade do corpo, dos membros, da imaginação, da curiosidade, de tudo que possa dar respostas ao biorritmo das pessoas no processo de co-educação das gerações atual e futuras, sem esquecer a tolerância ante as diferenças e indiferenças, no sentido mais amplo das relações sociais.
O futuro aponta, então, para a necessidade de se ter mais tempo para o que é ludens. Nesta linha de percepção há que se reduzir a jornada de trabalho oficial e extra-oficial. Isto é, otimizar a relação capital-trabalho preconizada no âmbito da doutrina marxista. Tal otimização pela redução da jornada de trabalho é questão de civilidade e não de caráter produtivo e remuneratório. O homo faber tem como desafio contínuo, a busca pela eficiência tecnológica em favor do lúdico. Se aquele é eficiente ao máximo, deveria ao mínimo ter seu tempo de ludicidade garantido em nome da recompensa pelo trabalho compensatório.
Por fim, as habilidades históricas e educacionais aplicadas ao que é ludens, trás à baila das sociedades contemporâneas inúmeras oportunidades e possibilidades de inclusão do homo faber na socialização do lazer e, não coincidentemente, na promoção da qualidade de vida do homo ludens e na expansão econômica do que é faber.
Carpem die!

Jorge Luis Garcez Geólogo e Consultor Ambiental

Lazer e Recreação - 2008


LAZER E RECREAÇÃO: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E TÉCNICOS.
A Gênese, escritura sagrada sobre a criação do mundo, relata-nos sobre o trabalho humano, que deve ser exercido em seis dias, reservando-se o sétimo dia para o descanso, Ohomem moderno, com sua astúcia e capacidade de modificação das ações divinas, aplica este sétimo dia para o seu lazer no sentindo literal da palavra. A inversão de termo é algo que está na história da humanidade e não depende de força cultural para se manifestar. Enquanto dedicar-se ao estudo é o lazer do intelectual, ficar horas a fio em frente à TV é o lazer dos admiradores do ócio e da tématica que preconiza a estática em detrimento da dinamica.

Atualmente, multidões fazem filas para assistir um espetáculo musical, pertendo horas em espera e cumprem um ritual do lazer que ocupa metade do tempo últil de uma pessoa normal. Assistir ao espetáculo é uma forma de lazer, mas também esperar um tempo sagrado em fila torna-se lazer visto de outra perspectiva. Em tempos idos, os filósofos viabilizaram a questão da recreação como a feitura de um mund possível atrelado ao jogo e à brincadeira. Aristóteles tinha a visão de homem integral, aquele que fazia do seu tempo um tempo lúdico para reflexão da vida. Sócrates via no corpo um modelo de transformação evidente do "belo"para que os deuses pudessem brincar com o prazer eterno. Era o mundo infantil trafegando "o mito do eterno retorno" que Eliade Mircea debate em suas temáticas reflexivas.

Os pensadores contemporâneos preconizavam o lazer como rémedio para os males da sociedade em degradação. Nos tempos atuais, essa responsabilidade passou para a insígnia dos professores de Educação Física que tem se mostrado capazes e eficientes para tal missão.
Portanto, da escritura divina, passando pelos filósofos antigos até os tempos atuais, o lazer e a recreação tem sidos elementos integrados à vida do ser humano. Sem eles, os hospitais e os manicômios, tendem a ter superlotação. Os indivíduos afastam-se da felicidade. As instituições tornam-se sombrias e sem valor social. As religiões ficam à mercê do castigo maléfico, pois o sorriso e a alegria, são dons, que Deus nos deixou. É justamente esta proposta que os Professores Vanderlan Santos Mota e Carlos Alberto Cunha Zacarias, dividiram nesse livro o conhecimento e o desafio de ensinar através do lazer. Lazer este subdividos em capítulos da historicidade, conteúdos, politicas públicas, lazer e espaços, descanso, divertimento e desenvolvimento, brinquedos, brincadeiras e jogos, além da relação da Educação Física e o Lazer.
Portanto, este livro texto, fez parte do processo de capacitação dos alunos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física do Sistema Presencial Mediado da Universidade do Estado do Amazonas - UEA.
Jefferson Jurema - Dr. em Educação Física, Prof. da Universidade do Estado do Amazonas e Autor de Universo Mítico - Ritual do Povo Tucano e Amazônia entre o Esporte e a Cultura.



Espaços Públicos de Lazer em Manaus - 2008.


ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER EM MANAUS: O PAPEL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS.

Eu analiso a cidade como centro social, político e econômico, dando ênfase também ao aspecto de ser o lugar de cuidar do corpo e do espírito. Enfoquei o seu tema principal, o lazer, como uma demanda social de primeira necessidade.
Este é o meu primeiro livro sobre o tema, abrangendo qualidade de vida, políticas públicas de esporte e lazer, desporto e cidade.
Em cinco longos capítulos, abordei a história dos espaços públicos em Manaus, discorrendo sobre o uso dos igarapés que cortavam a cidade como espaços de lazer e festejos, como tambén, os bondes e os recreios ( festividades que acontecem em outras localidades), até hoje em voga.
Os shoppings, os calçadões, os festivais folclóricos também são analisados pelo pesquisador, que chama a atenção para que se criem políticas públicas voltadas para um tipo de lazer que estimule a convivência.
O livro é enriquecido com imagens de época.