quinta-feira, setembro 17, 2009

ATIVIDADE FÍSICA E A QUÍMICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA

Muita gente acha que para melhorar a saúde basta praticar exercícios físicos. A melhora da saúde não depende somente da pratica regular de alguma atividade física, mas também, de uma melhora na qualidade do sono, reeducação alimentar e mudança de hábitos relacionados com o estilo de vida, tais como tabagismo, etilismo e o estresse.
Qualquer atividade física, por mais rápida e simples que seja, deve ser precedida de avaliação médica e acompanhada por um profissional de Educação Física qualificado, para que uma simples caminhada matinal aliada a hábitos saudáveis, não evolua para um excesso de treinamento e conseqüentes stress físico. Toda prescrição de treinamento deve ser individualizada e respeitar todos os sinais, sintomas e hábitos do aluno, todos esses fatores são indissociáveis e juntos promovem não só uma melhora da saúde, como da qualidade de vida.
As atividades mais recomendadas são as atividades aeróbicas de baixo Impacto (hidroginástica, natação e caminhada), por estarem associadas a um menor índice de lesões, assim como é fundamental um trabalho de força muscular, já que sua perda está associada à instabilidade, perda de massa óssea e até mesmo incapacidade funcional. A prática da atividade física como forma de prevenir doenças é extremamente importante, barata e eficaz, porém muitas vezes é necessário um trabalho compensatório realizado de forma terapêutica para corrigir posturas inadequadas e relaxar a musculatura que se contraem de forma excessiva e desnecessária.
Praticando alguma atividade física por pelo menos 30 minutos, melhorando a qualidade do sono, diminuindo os níveis de stress, hidratando-se e alimentando-se de forma adequada, você melhora não só a sua saúde física, mas também, as saúdes mental e espiritual, promovendo um envelhecimento saudável da química da vida.
A química está presente em todos os seres vivos. O corpo humano, por exemplo é uma grande usina química. Reações químicas ocorrem a cada segundo para que o ser humano possa continuar vivo. Quando o nosso cérebro processa milhões de informações para comandar nossos movimentos, nossas emoções, o que está ocorrendo é química. Quando não há mais química, não há mais vida.
Sem a química, a civilização não teria atingindo o atual estágio científico e tecnológico, que permite ao homem sondar as fronteiras do universo, deslocar-se à velocidade do som, quebrar recordes, produzir alimentos em pleno deserto, tornar potável a água do mar, desenvolver medicamentos para doenças antes consideradas incuráveis e vencer barreiras em diferentes campos de aplicação.
A industria química transforma elementos presentes na natureza em produtos úteis e sustentáveis ao homem, substâncias são modificadas e recombinadas através de avançados processos para gerar matérias-primas que serão empregadas na formulação de medicamentos, na purificação da água, na fabricação de bens como automóveis e computadores, na construção de moradias e na produção de uma infinidades de itens, como roupas, utensílios domésticos e artigos de higiene.
A química nos acompanha 24h por dia. Ela está presente em praticamente todos os produtos que utilizamos no dia-a-dia, do sofisticado computador a singela caneta esferográfica, do possante automóvel ao carrinho de brinquedo, não hà produto que não utilize matérias-primas fornecida pela indústria química. A maioria dos alimentos chega às nossas mãos, em embalagens desenvolvidas pela química. E nossas roupas, há fibras sintéticas e corantes de origem química. Em nossa casa, há uma infinidade de produtos fornecidos, direta ou indiretamente, pela industria química é para ajudar o homem a ter mais saúde, mais conforto, mais lazer e mais segurança que a indústria química investe dia-a-dia em tecnologia, em processos seguros e no desenvolvimento de novos produtos. O resultado é o progresso.
Muito no futuro do homem e do planeta está sendo desenhado hoje pela indústria a química. A indústria química investe em pesquisa para jogar limpo com a vida. Um jogo limpo em que todos ganham.

ARTE & LAZER

O Conceito de arte tem sido uma busca constante e motivo de polêmica desde a Antigüidade, grega, muito anteriormente ao surgimento da estética, entendida corno uma disciplina filosófica para o estudo dos modos específicos de apropriação da realidade, na qual se destacam as questões ligadas à sensibilidade. Vale destacar, aliás, que se no âmbito dessa disciplina se observam reflexões sobre as manifestações artísticas, estas não são exclusivas; a preocupação é corno todo conjunto de relacionamento no qual se destaque a mediação das sensações.
Se a estruturação dessa disciplina data do século XVIII, desde os gregos se discutia o que seria a arte e qual seria sua função, debates de alguma forma conectados com as reflexões acerca dos conceitos de beleza e de sua relação com a compreensão do que seria verdade. Em Platão, por exemplo, podemos identificar certa oposição entre arte e filosofia, fruto de uma disputa pela supremacia na produção de conhecimento. Compreendia-se que a arte somente imitaria a vida, permitindo, portanto, um simulacro de entendimento. Enquanto isso, a Filosofia transcenderia e permitiria o acesso aos objetos em si, em decorrência de sua possibilidade de contemplação.
Estavam lançadas as bases de uma compreensão que, ora mais ora menos, vai perpassar a história da sociedade ocidental: o conhecimento racional é o que deve ser mais valorizado. Com isso, aponta-se um caminho de separação, de distanciamento entre a arte e a vida, algo que traz impactos e deve ser cuidadosamente considerado na intervenção do animador cultural. Há um rosário de equívocos historicamente construídos que precisam ser desfeitos urgentemente na contemporaneidade.
Depois de um longo percurso de tentativas de definição da arte a partir de sua essência, mias recentemente podemos destacar a contribuição de Morris Veitz (1995). O autor defende que a própria lógica da produção artística desautoriza qualquer tentativa de defini-Ia pela essência, já que é um campo que se caracteriza notavelmente por ser aberto e imitável em razão da constante busca de originalidade. Propõe, assim, que abandonemos a busca por uma definição do conceito_ chamando a atenção para possamos compreender unia dupla dimensão: a classificatória e a apreciativa, nem tudo que é rotulado como "arte" e, dessa forma, vivenciando pelas pessoas.
A partir dessa provocação, novos estilos de definição começam a ser gessados. Desloca-se o eixo da busca das propriedades da arte para, seu processo de geração, para organização do campo. Essa preocupação está, por exemplo, contemplada na teoria institucional da arte proposta por George Dickie (1971). Para ele, quem deve definir o que é uma manifestação artística são os indivíduos e as instituições que transitam nesse campo de relações_
Se a proposta de Dickie avança no sentido de chamar a atenção para o contexto social, rearticulando arte e sociedade, é limitada na medida em que é puramente formal. Na verdade, o autor não só não resolve o problema de definição com sua isenção, como também acaba por limitar o campo a seus extratos mais estandardizados. Tal compreensão acabaria por excluir grande parte das possibilidades de inovação e criação; a produção dos Impressionistas e de Van Gogh, só para ficar nesses exemplos, só seria considerada como artística muito depois de sua ocorrência, já que houver resistência claras no momento em que emergiram, se formos pensar na arte contemporânea, tal fato se tornaria ainda mais ]imitante. Além disso, elimina um grande conjunto de obras que não freqüentam museus, centros culturais e/ou são menos visualizadas pelas instituições nem sempre atentas do mundo artístico.
Mais ainda, em um mundo onde o mercado é extremamente voraz, segmentado e discriminatório, tal teoria seria no mínimo perigosa para o próprio desenvolvimento artístico e para pensarmos a questão da produção e da difusão cultural.
Já Arthur Danto (1981) tende a conceituar a arte em razão de sua ocorrência histórica: seria aquilo que, em cada contexto específico, fosse definido como tal. Se Danto critica Dickie por sua falta de compreensão histórica, no fundo acaba incorrendo em problema semelhante, pois quem vai definir o que é arte em cada momento senão os indivíduos e instituições ligadas ao mundo artístico?
Mais recentemente, tende-se a definir a arte como uma prática sociocultural. Assim sendo, solicita uma preparação prévia no sentido de ser vivenciada plenamente e de compreensão de suas peculiaridades, que se não observada, mesmo que não funcione como elemento absolutamente impeditivo de seu acesso, pode, sim, funcionar como dificultados de sua fruição e de sua produção, aqui entendia tanto como confecção como possibilidade de diálogo crítico. Não há uma essência, mas sim uma existência (construída de forma múltipla) que define o papel que ocupa na sociedade. Esta forma de existir, entretanto, não pode ser encarada como único parâmetro de definição, e sim como desafio para que se concebam diversas formas de ampliação de seus sentidos, de seus significados, de suas formas de vivência.
Vale a pena destacar que, a partir dessa perspectiva, tem sido comum a recuperação do pensamento pedagógico de John Dewey: a arte como experiência. Esse autor não tinha por objetivo definir de forma categórica o que é arte, mas construir conceitos que permitissem que com ela trabalhássemos de forma a ampliar os limites de suas compreensões habituais. Não se trata de estabelecer uma verdade acerca da arte, mas repensá-la a partir do entendimento de sua importância, de seu papel na vida dos indivíduos, de sua função social, encarando-a fundamentalmente como uma forma específica de contato com a realidade, que traz impactos para além da própria obra em si. Se também tal proposta apresenta limites e possibilidades de crítica, parece que permite encaminhar profícuas perspectivas de intervenção pela e a partir da arte.
A arte poderia ser entendida como o que as pessoas sentem como arte. A questão passa a ser que condições concretas os indivíduos têm de sentir ou não a partir de determinadas obras. Obviamente há uma relação clara entre condições objetivas (o econômico, as possibilidades de acesso, a oportunidade de experiências, os estímulos no decorrer da vida, por exemplo) e as vivências subjetivas. Os indivíduos deveriam ser educados e oportunizados a ampliar as suas possibilidades de extrair sensações de manifestações as mais diversas possíveis. Ressignifica-se, com isso, o papel da arte na vida dos indivíduos e o espaço que ocupa nas agências de formação (escola, família.tempo livre).
Ao mesmo tempo, os indivíduos devem der estimulados a se compreender como produtores, não aceitando os limites, muitas vezes rígidos, impostos pelas instituições artísticas formais, o que pode desautorizar suas acerca das obras e desconsiderar sua formas específicas de manifestação a partir de um critério duvidoso de qualidade.
Assim, o posicionamento de alguém que não seja crítico profissional deve ser também considerando e não descartado a priori como "opinião de um não entendido", ainda mais se estiver pautado em construções de conhecimento constantes acerca do acessado. As manifestações artísticas também não podem ter seu valor julgado de forma apriorística, de maneira preconceituosa: o samba pode ser tão arte quanto a música clássica, a pintura naif não é menos valorosa do que as obras expostas em famosos museus- a dança das ruas pode ter um statuas artístico tão respeitável quanto o do balé clássico. A valor da manifestação não deve ser estabelecido por algo que venha de fora, mas construído a partir dos efeitos que ocasiona nos diferentes indivíduos, considerando que estes devem ter acesso a processos de formação.
A experiência estética é o grande valor das obras de arte, aquilo que devem ocasionar. Sem essa experiência, esvazia-se a potencialidade de sua intervenção. Um quadro bastante valorizando por uma instituição famosa não deixa de ser arte quando não é reconhecido por um indivíduo, mas para ele deixa de ser encarado como tal. O potencial da arte está na sua experimentação e no que desencadeia a partir dessa vivência. Quando permite e ao indivíduo exercer sua possibilidade de crítica e de escolha; quando amplia, ao incomodar, as formas de ver a realidade; quando educa para a necessidade de olhar cuidadosamente (tão importante em um mundo de signos e símbolos); também quando desencadeia vivência prazerosas (embora estas não devam ser consideradas como único padrão de julgamento: por vezes não é essa a intencionalidade do artista), a arte cumpre sua função social. Quando cumpre esses papéis, a arte extravasa sua existência para além da manifestação em si. Quando não, as obras podem não passar de algo amorfo para alguns, privilégio de uma minoria.
Perceba-se que não estamos a falar da arte como meio de educação. Ela é uma parte importante de nossa vida (somente não assim, reconhecida em razão dos quadros de tensões sociais) e possui uma ligação inextricável com a realidade. Portanto, a experiência artística (compreendida, ressalte-se, como produção de um objeto específico, mas também como diálogo crítico com as obras) passa a ser uma vivência fundamental para que os seres humanos melhor compreendam o que está a seu redor. A arte não tem uma função, é uma função. Não se trata somente de pensar em uma educação pela arte, mas, fundamentalmente, em uma educação para a arte.
Para tal, então, como profissionais de lazer, devemos investir em processos de educação artística que, na verdade, se estruturariam como de educação estética. Alguns parâmetros claros devem ser observados: a necessidade de superação do distanciamento entre a arte e a vida: tem uma existência concreta, expressa uma apreensão acerca da realidade, não é menos importante do que outras formas de conhecimento; em uma última instância, podemos falar da possibilidade de viver a vida como uma arte; h) a necessidade de compreender com profundidade e amplidão o papel e a função da arte: deve desencadear sensações naqueles que a procuram (ser experienciada corporalmente), não pode ser ascética, não é para poucos privilegiados, é uma forma de expressão acessível a todos.
Ao contemplar os interesses artísticos em seu programa, o profissional de lazer deve ter em vista que deve contribuir para educar a sensibilidade de seu público-alvo, apresentando, em um processo paulatino de mediação e diálogo, novas linguagens e possibilitando a vivência de novas experiências, a partir das quais pode construir conhecimento acerca das peculiaridades de cada manifestação em sua diversidade de correntes e propostas. Obviamente nesse processo não cabe preconceito a priori com qualquer manifestação. O intuito não é de se posicionar contra qualquer forma de organização artística, mas de ampliar os limites de experiência estética dos indivíduos, dando condições para que se possa escolher com mais clareza e critério, de acordo com os desejos e escolhas.Não se trata de somente incorporar esses interesses na perspectiva da contemplação. Podemos (e devemos) também contribuir para despertar nos indivíduos seu senso de produção artística. Não se trata de trabalhar no sentido de formar renomados artistas plásticos, músicos ou escritores, mas sim estimular em cada um as sensações ocasionadas pelo ato de pintar, cantar, tocar, representar, escrever. Ainda mais, estimular a percepção de que essa produção pode se dar em diálogo com o que já existe configurando, não necessariamente precisa se comparar ou se limitar ao já é valorizado pelo circuito de produção artística.

quarta-feira, setembro 16, 2009

OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA SUPERVISIONADA NA TERCEIRA IDADE

Segundo dados do instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE/2009), existem hoje no País aproximadamente 18 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Ate 2025 serão 30 milhões de idosos, que representarão cerca de 13% da população brasileira.
Após os 60 anos, ocorre no individuo sedentário uma importante redução da força muscular afetando principalmente os membros inferiores e o tronco, com diminuição da velocidade de andar e maior incidência de quedas e fraturas. Segundo a organização mundial de saúde (OMS), de 5% a 10% dessa população sofre algum tipo de acidente doméstico grave e a falta de aptidão física também compromete a realização de tarefas simples do cotidiano.
Exercícios físicos bem dosados e supervisionados podem retardar essa perda de força, protegendo o idoso de acidentes e devem ser acompanhados por uma equipe médica multidisciplinar, pois é necessário estabelecer os limites de segurança do ponto de vista cardiocirculatório, pulmonar, metabólico e musculoesquelético. É também muito importante a comunicação contínua entre a equipe médica, o paciente e os profissionais das áreas de fisioterapia, psicologia, Assistente social, Terapeuta, Nutricionistas, enfermeiros e profissionais de Educação Física que supervisionarão diretamente os exercícios.
Paralelamente aos medicamentos, os exercícios físicos exigem dose certa para obter a melhora da saúde, e o seu excesso ou execução não supervisionada põe em risco especialmente a população idosa. Para alcance dos benefícios completos, reduzindo o risco de lesões devem ser elaborada uma prescrição médica e estabelecida uma orientação e supervisão individualizada de modalidades, intensidade e freqüências adequadas de exercícios.
Os exercícios de flexibilidade com alongamentos e o treinamento de força com exercícios resistidos são fundamentais para melhorar a sustentação muscular e o amortecimento de impactos e, dessa forma, reduzir acidentes e lesões degenerativas do aparelho locomotor, como as decorrentes da osteoartrose e/ou osteoporose.
A melhora da força e da massa muscular é também importante na prevenção e tratamento de distúrbios como a osteoporose, a obesidade, a hipertensão e o diabetes, com evidentes pesquisas sobre sua importância no tratamento e na melhora da qualidade de vida nas insuficiências cardíacas e pulmonares de evolução crônica.
A Universidade do Estado do Amazonas - UEA, através da Universidade Aberta da terceira idade – UNATI, conta com equipes multidisciplinar na formação e capacitação de profissionais em Manaus e no Interior da Amazônia com intuito de orientar os pacientes quanto aos limites seguros de execução de exercícios com a parceria da Licenciatura e Bacharelado em Educação Física – LIBEF/UEA, através do Sistema Presencial Mediado por Tecnologia.A UNAT e o LIBEF através de seus profissionais e alunos atendem principalmente paciente da terceira idade, mais também indivíduos jovens em diversas condições clínicas, buscando a equação ideal de beneficio para a saúde com o menor risco possível. A atividade física supervisionada acrescentará mais anos à vida dos idosos e, de um aspecto ainda, mais importante, acrescentará mais vida há estes anos com qualidade e segurança.

A COPA DO MUNDO E O MONOTRILHO

A melhor alternativa para a cidade, na avaliação do arquiteto do instituto, que leva o nome de um dos maiores especialistas do País no assunto, Carlos Ceneviva, é o Bus Rapid Transit (BRT), implantado com sucesso em Curitiba (PR) ainda na década de 1970.
Em Manaus, o Expresso se espelhou no BRT, mas faliu em 2004 porque não seguiu o que prevê o sistema. Ele foi idealizado e implantado pelo arquiteto Jaimer Lerner em 1974, durante sua gestão como prefeito em Curitiba. O projeto da Capital do Estado do Paraná é tido como modelo e foi copiado por várias cidades brasileiras e de outros Países.
Mesmo com a vantagem de ser um veículo rápido, uma única linha de monotrilho, como defende o governo estadual não atenderá a demanda local, sendo muito para sustentar o contingente de pessoas que uma competição desse porte traz, muito menos a demanda do Estado, podendo apresentar os mesmos problemas de Manaus, o principal deles é a superlotação.
O modelo que poderá melhorar o transporte coletivo de Manaus é o Metrô, nos modelos das grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo e em Segundo Plano o Bus Rapid Transit, que consiste em um sistema que trafegam em corredores exclusivos. Diferente do que foi feito em Manaus com o Expresso, se o projeto original do BRT for seguido, os efeitos são mais duradouros.
O modelo original de BRT prevê o alargamento das ruas e a construção de faixas exclusivas alem da já existentes, diferentes do que foi feito no Expresso na administração do ex-prefeito Alfredo Nascimento, atual Ministro dos Transporte. O sistema que custou inicialmente R$ 112 milhões aos cofres da prefeitura de Manaus em 2002, foi desativado dois anos após essa data por ineficiência.
Além de Curitiba, o BRT foi implantado com sucesso em outros países, como na cidade Bogotá Capital da Colômbia. Nesses lugares que tem populações superiores a de Manaus, foi utilizado o projeto original e os resultados obtidos foram positivos.
O monotrilho em Manaus, pode se tornar ocioso após a realização da copa de 2014, o alto custo do sistema pode elevar o preço da passagem ao ponto de tornar o serviço pouco utilizado pela população. A melhor opção para Manaus é o BRT porque a cidade é muito extensa e com grandes vazios urbanos, que é resultado da ocupação desordenada.
Ao custo de R$ 995 milhões do projeto apresentado pelo Estado prevê a construção de uma linha com 13,8 km de extensão ligando a zona norte ao centro de Manaus, a partir do terminal 3 (T3) de integração do bairro Cidade Nova.
De acordo com o projeto do Estado, a população de Manaus pagará uma tarifa de R$ 2,50. Quem comprar a passagem com integração terá que desembolsar R$ 3,50. A modalidade dará o direito, segundo o governo, ao uso do transporte coletivo convencional no desembarque do monotrilho no terminal de integração.
O governo defende que o monotrilho reduzirá, em média 26 minutos a viagem da zona norte ao centro de Manaus. Na sua defesa o Estado sustenta ainda que o monotrilho foi escolhido porque além da mobilidade, irá reduzir o nível de poluição do ar, uma vez que será movido a energia elétrica.

domingo, agosto 16, 2009

ESPORTE ARTIFICIAL

No esporte de alto rendimento, a tecnologia roubou do atleta a condição de agente de competição. O esforço humano não é mais natural, mas artificial. Maiôs que ajudam a deslizar na água com menor atrito, tênis com amortecedores que impulsionam o pé, colantes que diminuem a resistência do vento e substâncias químicas que produzem melhores resultados, mais energia, mais explosão muscular ajudando o corpo humano a ficar menos humano. O resultado dessa combinação de ciências e esforço físico nas piscinas e pistas de provas de atletismo é um ser mais necessário e menos biológico.
A essência do esporte é justamente superar, até onde seja possível, o tempo e o espaço, e as barreiras que a física impõe, apenas com a capacidade física impõe, apenas com a capacidade física e psicológica. Qualquer mudança na biomecânica do corpo, a partir de agentes externos, tira do atleta sua intrínseca capacidade de adaptação ao meio ambiente. Por mais que alcance os recordes e medalhas de ouro, não há méritos próprios, mas fabricados artificialmente. Se o atleta forma sua personalidade competitiva a partir dos recursos naturais de que dispõe, o caráter é justamente a primeira vítima do doping. O atleta perde sua própria identidade. Seus feitos passam a ser lembrados como resultados de trapaça e a imagem que fica é a da vergonha e não da glória.
É o oposto do princípio olímpico e da gravitas – dignidade em Latim. “o importante é competir” deu lugar ao “ganhar” a qualquer preço Gravitas também tem o significado de total e severa determinação. Era a virtude que inspirava e moldava o caráter dos soldados gregos e romanos, os primeiros atletas conhecidos. Os gregos principalmente os atenienses, celebravam a forca física dos músculos e dos ossos.
Para moldar a anatomia, treinavam a exaustão em condições iguais. A superação de um sobre outro dependia da determinação de levar o corpo ao limite e acreditar ser melhor que o oponente. O vencedor não era o que utilizava a espada, mas o que treinou mais, por mais tempo e com mais afinco para manejá-la. É o melhor treinamento que faz o atleta e não o melhor recurso tecnológico. Este lhe acrescente vantagem na disputa, mas o impede de ser competitivo por suas próprias forças.
Os competidores da era moderna estão entrando para a própria história pela falta de escrúpulos e pudor. Turbinam o corpo com reações químicas artificiais como o meio mais curto para alcançar a vitória como se vencer fosse apenas chegar à frente dos demais. A verdadeira glória está em superar a si mesmo, indo além das limitações biológicas e da força da gravidade. Chegar em primeiro é só um detalhe inconscientemente ignorado.
A dúvida que se propõe à reflexão é: porque, diante de uma vasta e avançada tecnologia média para detecção de doping, os atletas ainda se dopam? E por que recorrem à tecnologia menosprezando as próprias limitações humanas?Umas das explicações é a inversão do princípio de Pheidippides, o soldado grego que morreu após correr 45 quilômetros para anunciar a vitória dos gregos sobre os persas na batalha de maratona. Observando que não basta mais competir por um ideal, mas pela fama pura e simples. A outra é a escravidão tecnológica. Não dá mais para viver sem as maravilhas futuristas. Tudo se tornou artificial, até o esporte.

CIDADE E ESPAÇO URBANO: UMA NOVA VISÃO DO URBANISMO SUSTENTÁVEL

A ocupação do solo deve ser repensada e aproveita a oportunidade, já que estamos fazendo a revisão do Plano Diretor para sugerir algumas mudanças. Devemos sim trabalhar o urbanismo sustentável, todos nós defendíamos um contra ponto ao crescimento das cidades como são hoje, que dão preferência ao automóvel, onde há uma separação das funções e fazem com que os cidadãos precisem usar o automóvel para conseguir saúde, lazer, moradia e trabalho, além de outros afazeres.
Existem ao todo nove conceitos que guiam o urbanismo sustentável: uso misto, densidade controlada, prioridade de pedestre, equilíbrio, conectividade, paisagismo, prédios verdes, espaços públicos atraentes, cidades apropriadas para os cidadãos.
Estes conceitos resgatam uma forma antiga das cidades, que é ter apartamento, escritórios, lazer e trabalho tudo na mesma rua, a uma distância caminhável. O carro é uma forma de transporte burro, causa o aquecimento do planeta, ocupa o espaço e as calçadas públicas, que deveria ser das pessoas, torna a cidade barulhenta, suja, desumana. Por isso a idéia é resgatar a mistura de funções da cidade. Isso já está tão forte que em alguns lugares da Europa existem prédios com até três funções.
Além do uso misto, se deve priorizar, o pedestre. Fazemos isso através da largura das calçadas, ciclovias, dimensão das ruas e paisagismo.
A cidade deve ser confortável para quem caminha.
Outra questão é o censo de comunidade. As cidades hoje sofrem com espalhamento, por isso elas foram perdendo identidade. Ninguém mais tem a sensação de pertencimento, não sabem mais de onde são. Por isso, criar esse senso é importante, já que torna as pessoas mais felizes, mais seguras.
Também devemos nos preocupar com a densidade. A cidade tem que fugir da moradia familiar elas são essencialmente danosas ao meio ambiente porque carecem de muitos serviços de infra-estrutura para poucas pessoas e isso é caro para o morador, como também, ao meio ambiente. Se todo mundo morasse em casa, nós já teríamos nos mudado paro o terceiro planeta porque não haveria mais espaço. O ideal seriam entre 400 a 800 habitantes por hectare, isso otimiza os serviços urbanos, reduz o consumo de CO2, a poluição atmosférica da luz, etc.
As cidades também precisam de conectividade, ou seja, elas precisam estar ligadas fisicamente e integradas às áreas de entorno. Ainda tem a questão da diversidade econômica dos cidadãos. Isso significa que não podem ter só ricos nem só pobres no mesmo bairro, todos podem conviver mais ou menos em harmonia no mesmo lugar. Porque uma pessoa teria que morar a três, quatro horas de distância do trabalho só porque é mais pobre ou mais rica? Tem que ter mistura social.Também é preciso ter equilíbrio no ambiente entre áreas construídas e áreas naturais, isso infelizmente não é visível em Manaus, onde o que não observamos são áreas verdes em cidades da Amazônia. As cidades perderam contato com a natureza. Você olha 360 graus e não vê nenhuma árvore, por isso tem que haver ligação com ambientes naturais, principalmente em cidades dos trópicos úmidos como é o caso de Manaus na Amazônia. Ligações, com rios, matas. lagos, igarapés e parques para onde quer que você olhe, deve haver natureza. Isso faz bem às pessoas, além de trazer outros benefícios, como evitar as ilhas de calor.

domingo, julho 19, 2009

DINHEIRO PÚBLICO PARA O FUTEBOL AMAZONENSE QUE É UMA INICIATIVA PRIVADA

O Amazonas já foi considerado uma potência no futebol regional, diz o censo comum. Porém, uma análise mais aprofundada sobre o futebol amazonense atual revela uma realidade assustadora: não há nenhum clube local na primeira divisão do futebol brasileiro, a chamada séria A. Acrescente-se a isso, o fato de que, na atualidade, tanto o Nacional Futebol Clube, quanto os demais clubes são reféns dos recursos públicos repassados pelo Governo do Estado, como também, pela Prefeitura Municipal de Manaus para se manterem em atividades.
Iniciativa esta que dificulta todo mês a prestação de contas dos clubes com o Tribunal de Contas do Estado, haja vista, que as notas ficais não têm validade e tampouco CNPJ das empresas prestadoras de serviços aos clubes, fora o desvio de presidentes incompetentes e inescrupulosos para a gestão de um clube.
Portanto, os clubes amazonenses tornaram esses recursos como salários e despesas das competições, porém não aplicam na formação de jogadores nas categorias de base, que na maioria das vezes são direcionadas por homossexuais sem a devida formação e caráter para lidar com esta categoria tão importante para suprir o time profissional.
Na relação custo-benefício o dinheiro dado pelo Governo do Estado e Prefeitura de Manaus aos clubes amazonense de futebol não atendem, nem uma coisa nem outra. Os recursos são usados para pagar salários, hospedagens, alimentos , viagens e a prestação de contas dessas despesas é tão obscura quanto o futebol apresentado pelos clubes. Como esse vício se repete anualmente, sem que os clubes reservem uma parte para investir na formação de jogadores, os prejuízos se acumularam e o contribuinte vê seu imposto murchar feito bola furada nos gramados.
De acordo como os últimos dados divulgação pelos variados meios de comunicação do Estado, o Governo do Estado destinou a cada clube profissional em 2004, a importância de 60 mil reais, por certas participações no campeonato local, tivemos também contemplados: Nacional, Rio Negro, Clipper, Libermorro, Fast, Princesa do Solimões, Sul América e Grêmio Coariense.
Neste mesmo ano a federação Amazonense de Futebol – FAF, para custear despesas administrativas recebeu 110 mil reais.
O são Raimundo ganhou mais 700 mil reais pela participação na séria B do Campeonato Brasileiro. Enquanto o Nacional e o Rio Negro foram contemplados, cada um com 40mil por participarem da Copa do Brasil e mais 350 mil reais pela presença do campeonato brasileiro da série C.
Nos últimos quatro anos, 2005, 2006, 2007 e 2008 foram dados R$ 6,2 milhões de mão beijada, sem que essa verba se transformasse em títulos. Na última semana o presidente do Nacional divulgou que o governo vai aplicar um milhão para o clube voltar a série C no próximo ano e como é de praxe, dinheiro público. Segundo a Secretaria Estadual da Juventude ,Esporte e Lazer – SEJEL, os recursos do Governo do Estado, relacionados aos anos anteriores foram:

Quadro 1: Recursos do Governo do Estado – Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer (SEJEL)
Fonte: Jornal Diário do Amazonas – Manaus, 24 de agosto de 2008, p. 9.


Quadro 2: Recursos da Prefeitura de Manaus – Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEMESP)
Fonte: Jornal Diário do Amazonas – Manaus, 24 de agosto de 2008, p. 9.

Parece contraditório, que de 1996 a 2007, o são Raimundo conquistou cinco títulos estaduais, três copas Norte e o vice-campeonato da Série C. No período entre 2005 e 2007, o clube recebeu 2,4 milhões.
A tese de que o Estado e o Município não investem em nossos clubes cai por terra. O que há, na verdade, é o mau gerenciamento dos recursos públicos, injetados indevidamente no futebol profissional.
O Futebol do Amazonas, segundo Carlos ZAMITH (2008) há pouco tempo anda capenga. Não há perspectivas de volta tão cedo aos bons tempos do final da década de 60, ao menos até o inicio dos anos 80.

sábado, julho 18, 2009

PRAÇAS E PARQUES PÚBLICOS: O FLUXO DO FIXO.

Ao longo da história, as praças sempre serviram de ponto de encontro para os moradores das cidades, verdadeiros espaços públicos de convivência. Sua origem está vinculada às ágoras da Grécia – centros comerciais, administrativos e políticos das antigas polis gregas, onde eram discutidos assuntos importantes para a vida dos cidadãos. Das ágoras, derivaram o fórum imperial romano e as grandes piazze e praças das principais cidades européias.
No Brasil, as praças começaram a surgir no entorno das igrejas. As residências mais suntuosas, os prédios públicos mais relevantes, os principais estabelecimentos comerciais, tudo era construído próximo a esses logradouros públicos que serviam, também, de elo entre a comunidade as paróquias.
No caso de Manaus, a primeira praça publica localizava-se nas proximidades da antiga igreja Matriz de Nossa senhora da Conceição e do Fortin de São Jose da Barra do Rio Negro, marco inicial da ocupação da cidade.
As transformações urbanísticas de uma cidade espelham claramente as mudanças efetuadas na sociedade ali instalada e a história das praças de Manaus é um exemplo claro, dessa afirmação. Apesar de os admiradores manifestarem algumas preocupações com as praças, arborização e calcamento de ruas e calcadas desde a época imperial, pouco foi realizado neste sentindo até a última década do século XX, pois não se dispunha de verbas suficientes nem para serviços mais elementares.
Conforme Prof. Dr. Vanderlan Santos Mota em seu livro intitulado: Espaços Públicos de Lazer em Manaus: O Papel da Políticas Públicas (Valer, 2008). As praças constituem-se como especificidades sobre a forma da cidade e várias foram desfiguradas ou desapareceram. Entre as que foram desfiguradas pode-se destacar a Praça Adalberto Vale nos anos cinqüenta com a construção do Hotel Amazonas; a Praça Tamandaré, em frente à Capitania dos Portos; a praça dos Remédios, com a construção de uma casa de comércio na área fronteiriça à praça General Osório, ocupada como área exclusiva pelo Colégio Militar.
Entre as que desapareceram: a praça Visconde do Rio Branco para a construção da Escola Técnica Federal do Amazonas; as praças publicas General Carneiro e Floriano Peixoto no bairro da cachoeirinha. A primeira foi inicialmente transformada em dois campos de futebol sendo gradativamente ocupada pelo Conjunto Kubitschek e, posteriormente, pelo Palácio Rodoviário. A segunda foi doada ao Exercito para a construção do Hospital Geral e área residencial para militares.
Também foram extinta em Manaus as praças: Riachuelo, Paysandu, Rio Branco, Benjamim Constant, N. Senhora De Fátima (Praça 14 de Janeiro), Monte Cristo, Ribeiro da Cunha (José Lindoso), Sargento Manoel Chagas e praça João Pessoa (Bola do Olímpico).
O desaparecimento de praças na parte central da cidade, como vista para uma cidade urbanizada, nos possibilita compreender quais as prioridades que norteavam as políticas públicas urbanas. A primeira é que o espaço urbano foi sendo produzido apenas como o lugar da produção e, em decorrência desse entendimento, as políticas públicas voltadas para a solução dos problemas urbanos não se constituíram como meios capazes de superar a visão de cidade funcional. As políticas públicas eram aplicadas numa cidade e para uma cidade enquanto espaço das relações econômicas.
É preciso destacar que, para além das atividades econômicas, a cidade é também o lugar de morar, de trabalhar, de circular e de cuidar do corpo e do espírito. E as políticas públicas devem ser o instrumento de ação direcionadas à produção de uma nova urbanidade que privilegie a criação de espaços públicos a urbanidade significa a criação de meios para forjar um novo homem que busque o tempo para os encontros que ultrapasse a troca de coisas. Em toda a história das cidades, desde os gregos, esses espaços públicos são as praças, enquanto possibilidade de apropriação visando à construção e ao resgate da cidadania.
A cidadania significa a oportunidade de uma vida decente, com acesso ao trabalho e aos serviços básicos: água, energia, educação, transporte e saúde. Se a ausência desses serviços é condenável, da mesma maneira é também inaceitável a existência de poucas praças na parte central da cidade e especialmente, que num período relativamente curto, tantas tenham desaparecido, fazendo com que os habitantes, da cidade fiquem cada vez mais distantes do direito à cidade como o lugar para a reprodução da vida do fluxo das pessoas no fixo da urbanidade.Atualmente a capital têm aproximadamente 190 praças e áreas de passeio público, como os Parques. Do total mais da metade tem algum tipo de comercio, ficando o espaço público ocupado por teatros que fazem desse espaço um meio de vida. De acordo com o Diretor-Presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano, João Bosco Saraiva, todos os comerciantes devem, cumprir as normas do Instituto, para quem não cumprir as determinações a multa pode chegar a R$ 5 mil.

quinta-feira, junho 18, 2009

Que Orgulho é este?

Um projeto faraônico de Estádio para Copa do Mundo de 2014 não é conduta de orgulho, mas soberba. A mais cara entre as idéias arquitetônicas das cidades sedes é também a de futebol mais insignificante. Neste ponto, o contraste denota arrogância, pratica-se a prepotência de fazer o impossível apenas para marcar uma passagem pública no poder, como se obras de grande impacto financeiro fosse o único meio de Homens Públicos entrarem para a história.

Como sentir orgulho de um futebol recalcado na gestão, falido como competição e inexistente como esporte nacional? Com representante apenas na série D do Campeonato Brasileiro, criada este ano, o futebol afundou nas cheias da incompetência e se apresenta para a copa do mundo como um futebol faraônico, pior que as disputas de campeonato amador e porque não dizer de “peladão”, esta sim, mais atrativas ao público que lotam os campos de várzeas para sua prática, com à apresentação de times amadores.

José Miguel Wisnik em seu livro Intitulado, Veneno Remédio: O futebol e o Brasil (Companhia das Letras, 2008) classificam os estudos de grande abrangência sobre o futebol, à abordagem as questões políticas, socioeconômicas e comportamentais em torno do esporte bretão, costumam deixar de lado o essencial: o jogo em si, aquilo que faz dele uma atividade capaz de apaixonar bilhões de pessoas dos mais remotos cantos do mundo, e porque não dizer da Amazônia, como foi a festa de comemoração de Manaus como sede em 2014, onde o jingle de “Eu tenho orgulho de ser amazonense” imperou nos alto-falantes do Estádio Vivaldo Lima, fazendo com que a população chegasse ao delírio.

O futebol, tal como foi incorporado e praticamente reinventado no Brasil, tem muito a dizer, com sua linguagem não-verbal, sobre algumas de nossas forças e fraquezas mais profundas, ajudando a ver sobre outra ótica as questões centrais de nossa formação e identidade. Partindo dessa premissa, os governantes aproveitam-se de projetos sociais e esportivos, tais como: Jovem Cidadão, Esporte e Lazer da Cidade e programas como o Segundo Tempo, para utilizar de mão de obra dos bolsistas e acadêmicos de Educação Física, como massa de manobra para seus projetos faraônicos e megalomaníacos.

É com esta visão que, temas recorrentes da nossa realidade futebolística vem a tona, como a “democracia racial” e o “homem cordial” e a degustação antropológica de influxo cultural e estrangeiro, encontrando aqui um viés inesperado e original como um corta-luz, um drible de corpo, porque não chamar de finta, um lançamento com efeito ou uma folha-seca; Jogadas que os craques brasileiros e porque não dizer “políticos-craques” inventaram ou desenvolveram, encontrando novos caminhos para chegar ao que é a vitória da politicagem.

O bordão utilizado para enaltecer a escolha do Estado como Sub-sede da copa de 2014 e fortalecer a campanha “orgulho de ser amazonense”, do governo, brinca com a fonética, maquia a realidade socioeconômica e esportiva do Amazonas e reinventa o significado do vocábulo “orgulho”. Brinca com a fonética porque deixa escapar, na pronúncia do narrador uma simples campanha política.

Maquia a realidade porque desvia a atenção apenas para o que está aparentemente bom e reinventa o sentindo de orgulho porque valoriza a soberba, a arrogância e a vaidade em detrimento do brio e da altivez. Essa é a genialidade da propaganda: desfigurar real e enganar.No esforço de rotular o orgulho, seja lá qual for ele, a publicidade oficial flerta com a vergonha amazonense. Afinal há mais motivos para encobrir a cara do que mostrá-la ao mundo, isso tudo é pouco para um Estado que almeja atrair todas as atenções mundiais, mas corre o risco de decepcionar. A torcida é para que a sociedade amazonense mande para escanteio a omissão e contra-ataque os desmandos públicos. Apenas assim é possível não só salvar como sentir o orgulho de ser amazonense.

terça-feira, junho 16, 2009

A demolição do Estádio Vivaldo Lima

Não entendo o porquê da demolição do Estádio Vivaldo Lima, conhecido como “Vivaldão” sigo o pensamento do brilhante jornalista Juca Kfori da folha de são Paulo. Sobre a construção de Estádios para a copa de 2014, diz o jornalista: “nem em Barcelona, onde a seleção Brasileira jogou, havia estádios novos. Nem em Madri, palco da final. No México, em 1986, a mesma coisa: nenhum Estádio novo. Já na Itália em 1990, teve um, Turim, Os Estados Unidos, no País mais rico do mundo, em 1994, também, sendo que o Brasil jogou no Estádio Universitário de Stanford, em Campos de Futebol Americano adaptados para o futebol. Na frança, em 1998, de novo apenas o State de France, no subúrbio de Paris, mas o Parque dos Príncipes foi usado, jogou-lhe, alias, até no velho campo de Marselhe, construído para a copa de 1938!”

Após criticar a orgia de gastos em locais que serão usados, no máximo para receber, três jogos da copa, evento que dura um mês, indaga: Precisamos mesmo de novos Estádios ou de um mínimo de transparências e vergonha na cara?”

Trazendo a situação para Manaus, vende-se o absurdo de propostas de demolição do Estádio Vivaldo Lima, para a construção no local de um novo Estádio. Não tem sentindo, pois o velho campo, ainda pode servir muito bem. Feitas as necessárias adaptações. Vários clubes de futebol do município não têm se quer campo para treinamento, tais como: Rio Negro, Sulamérica, América, Libermorro, dentre outros, todavia porque não pensam nesta hipótese. Mas, admitindo-se as idéia, porque não se edifica o projeto em outro local, mantendo-se, o atual, que serviria para o treinamento das equipes. Por exemplo, na Zona Norte da Cidade mais precisamente na Cidade Nova, ou então do outro lado do rio, com vista para a cidade e seu belo entorno, fato que talvez justificasse um pouco o empreendimento da ponte, sem a menor razão econômica, para talvez justificar a tal região a metropolitana.

O historiador Hilário Franco Júnior em seu livro intitulado: A Dança dos Deuses: Futebol, Sociedade e Cultura. (Companhia das Letras-2007), onde o autor argumenta sem limites, porém, fazendo uma análise histórica entendendo que “o futebol é metáfora de cada um dos planos essenciais do viver humano nas condições históricas e existenciais das últimas décadas.” Nesse sentido, procura examinar aquele esporte como metáfora sociológica, antropológica, religiosa, psicológica e lingüística. Somos levados a pensar, por exemplo, sobre os diferentes usos políticos do futebol, seja por regimes autoritários ou democráticos, tanto uns quanto outros sempre abraçados ao nacionalismo.

Mas prevalece a megalomania cabocla, em cima de interesses nem sempre confessáveis e confiáveis. A nova arena, depois do Mundial, ficará aí, faraônica e vazia, como somos ricos, mais que os americanos, que não fizeram um estádio para receber o mesmo evento, e como já resolvemos todos os nossos problemas de: Educação, infra-estrutura, saúde, produção, transporte e saneamento, pouco importa.

Em estudo intitulado: Vitrine ou vidraça: desafios do Brasil para a Copa de 2014, publicado no dia 02 de junho, o SINAENCO – Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Construtiva, alertando para a possibilidade de a copa agir como lupa para os defeitos estruturais do País. A avaliação toma Barcelona, na Espanha, como parâmetro positivo. Com recursos de 20 bilhões de dólares, a cidade foi totalmente remodelada a partir de diversas intervenções urbanas e revitalizações de equipamentos que precedem os Jogos Olímpicos de 1992. O parâmetro negativo está no próprio Brasil na preparação da cidade do Rio de Janeiro para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Apesar de dispor de recursos bastante inferiores ao de Barcelona, o planejamento priorizou a construção de novos equipamentos mesmo quando havia possibilidade de adequação dos já existentes. Dessa maneira, os investimentos, de 3,6 bilhões de reais não se convertem em um legado de infra-estrutura urbana ou de benefícios para suprir as demandas diárias da população.

A referência mais significativa do insucesso da investida carioca é o estádio João Havelange, mais conhecido como Engenhão e erguido especialmente para o Pan de 2007 no bairro de Engenho de Dentro, na zona norte do Rio. O equipamento custou cerca de 380 milhões de reais, quase o dobro dos 200 milhões de reais previstos inicialmente, e sua construção não trouxe a prometida revitalização do bairro. Pelo contrário, a obra para degradação do entrono decorrente de sua implantação e ainda pela ociosidade a que está sujeita na maior parte do tempo – o estádio é usado somente para grandes jogos e permanece fechado para a comunidade carente de equipamentos para a prática de esportes e lazer. Somos campeões em tudo, haja subdesenvolvimento explícito, como a festa de comemoração que demonstrou, com direito a banda de música, socos no ar e espasmos incontroláveis por parte de organizadores. É demais para o coração hipertenso de um simples mortal.



Jornal do Comércio – 16/06/2009- Coluna Geolística.

sábado, maio 30, 2009

Copa do Mundo em Manaus... República do Pão e Circo.

Após o Pan-Americano em 2007, no Rio de Janeiro, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) acredita que o Brasil tem condições de sediar as olimpíadas de 2016. Lançou a candidatura do país a uma competição de proporções chinesas e já gastou algo em torno de R$ 1,5 milhão apenas com a promoção da candidatura. A Copa do Mundo de Futebol será no Brasil, em 2014, e há estados com projetos faraônicos, como o do Amazonas, estimado em R$ 6 bilhões. Um espanto, haja vista que o futebol profissional é decadente em nosso estado, pairando a célere filosofia: que legado ficara para Manaus?
Alguns de nossos pequenos e quase centenários clubes ainda não tem nem um Centro de Treinamento próprio. Na Alemanha, na ultima copa do Mundo, a Seleção Brasileira treinou no campo de um time de quarta divisão, e ele tinha gramado apropriado, pista de atletismo, e todos acessórios necessários para funcionar satisfatoriamente. Mesmo na África do Sul, e que não está entre os dez melhores do futebol africano, o que não falta é Centro de Treinamento. Na hora que chegarmos a esse ponto, teremos dado um passo iniciante na cambaliante ação de sediar uma copa.
Não vejo com muito otimismo o fato de Manaus como sede da Copa do Mundo, pois destruiremos parte da Fundação Vila Olímpica de Manaus (Danilo de Mattos Areosa), além do Kartódromo e do Sambódromo e quando teremos outra? Apesar da mesma está inoperante.
O único legado que verifico é o das empreiteiras e construtoras locais, como também, os percentuais de políticos inescrupulosos de nosso estado. É com esta máscara de teatro de circo e pão, como dizia os gregos antigos que verificamos o cenário esportivo em nosso estado. Feliz e triste, falso e verdadeiro, cínico e honrado, que veremos a copa do mundo em nosso País.
Os argumentos a favor são a projeção internacional turística da Amazônia, principalmente a geração de empregos, a melhoria da infra-estrutura urbana da cidade e a atração de investimentos do setor privado, e porque não dizer também, do público.
São justificativas incontestáveis, de fato, países que promovem esses eventos atraíram milhares de pessoas durante as competições, melhorando a urbanização das cidades e atraíram capital. É o caso da Alemanha 2006, e China com a Olimpíada de Pequim. Mas nesses Países, o diferencial é que o projeto esportivo foi concebido para durar. Leis foram criadas para garantir verbas de manutenção aos estádios e complexos olímpicos, além de parcerias com a iniciativa privada, como concessão e até privatização.
Essa não é... finitivamente a cultura brasileira. E exemplo não falta, na fórmula1, a cada ano a prefeitura de São Paulo gasta milhões com reforma do Autódromo de Interlagos, as vésperas do GP do Brasil, porque não consegue manter a pista e a arquibancada em perfeitos condições durante o ano. No Rio de Janeiro, após o Pan-Americano 2007, não há mais competições de atletismo no Engenhão; apartamentos da Vila Olímpica estão abandonados porque não foram vendidos, estão emperrados pela burocracia pública, diante deste cenário real, não teatral quais as garantias que o COB e os governos estaduais estão dando para assegurar que a gastança com a possível olimpíada de 2016 e a copa de 2014 terão retorno aos cofres público e, claro ao bem-estar do contribuinte? Até agora nenhuma, sem falar na corrupção dos políticos que direcionam as licitações públicas como bem frisou o Senador Jarbas Vasconcelos do PMDB que o seu partido é um partido de corruptos.
Considerando que a cultura brasileira é fazer política com obra pública e não fazer política pública com obras, podemos esperar tudo, menos benefícios urbanos sociais e econômicos, com essas pretensões esportivas brasileiras, para ficar num exemplo próximo do amazonense, o sistema expresso foi idealizado para ser a maravilha moderna do transporte urbano em Manaus, como era um projeto de promoção política e não de bem-estar e qualidade de vida da população urbana, deu no que deu. A grande urbanista e arquiteta Ana Fanni, em seu livro “A Cidade” cita que cidade a partir de 1,5 milhão de habitantes deveria começar a pensar e porque não ter feito o metrô, e isso já deveria ser pensado e executado no ano de 2000 em Manaus.
A copa é irreversível, vai acontecer e será um teste para o país e porque não dizer para Manaus, capital do Estado do Amazonas, em termos de organização, como o Governo Federal já avisou que não vai dar nenhum centavo para a reforma de estádios de futebol, resta aos cartolas e governantes competência em convencer investidores a apostar nesta proposta, e este filme já foi visto no Pan de 2007 onde o valor inicial foi 3 vezes modificado.
Fonte: Jornal do comércio, coluna Geo-Holísitca, 01 de Abril de 2009.

ENFIM, QUEM PERDE É O ESPORTE, ENQUANTO A POPULAÇÃO...

A gestão do prefeito Serafim Corrêa na Prefeitura Municipal de Manaus ficou marcada pela inoperância no esporte e no Lazer nesta Capital, apesar do esforço na construção de espaços para tal prática, (Parque dos Bilhares, lagoa do Japiim). O acordo Político entre PSB e PC do B culminou diretamente para sua bancarrota política em Manaus.
Em se tratando da Secretária Municipal de Esporte e Lazer – SEMESP, na gestão (2005-2008) passaram por esta secretaria dirigida pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B) um filósofo e um biólogo sem a devida formação e capacidade para gerenciar o esporte e o lazer, ainda mais com mania de perseguição com os profissionais de Educação Física ali lotados, haja vista que, todos são oriundos da Secretária Municipal de Educação (SEMED), pois a mesma nunca fez concurso público para a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer - SEMESP, em 13 anos de existência da mesma.
O Partido Comunista do Brasil (PC do B) perdeu uma oportunidade única e inédita de fazer uma gestão ímpar com grande possibilidade de eleger mais candidatos para pleito municipal de 2009, no entanto, só fez o contrário, fez desta Secretaria um cabide de emprego, para acomodar mais de 150 filiados sem a formação e competência de exercerem os cargos, conforme relato na última semana do Secretário Municipal de Esporte e Lazer, Fabrício Lima e do Ex-Secretario e Ex-deputado Evilázio Nascimento (terceiro Secretário na Gestão Serafim Corrêa) que confirmou a autenticidade dos fatos.
O PC do B encheu a SEMESP com gerentes e sub-gerentes nos 16 pólos espalhados pela cidade denominados de Centro de Esporte e Lazer – CEL’s que na maioria das vezes se desentenderam com os profissionais de Educação Física, que são concursados, efetivos e lotados pela Secretaria Municipal de Educacao - SEMED.
Trabalhar com o esporte e o lazer comunitário é a função da SEMESP e isto já vinha sendo feito em gestões anteriores por profissionais de Educação Física com sua devida qualificação, pois para muitos é fácil trabalhar com esporte e lazer comunitário, mais quando se trata do desporto e do lazer nos finais de semana nenhum membro do PC do B queria trabalhar e nao conheciam se quer as regras básicas destas modalidades desportivas, ou também os conteúdos básicos do lazer classificados por Jofre Dumazedier como: Físico-desportivos, Culturais, Sociais, Pedagógicos, Manuais e Artísticos, como ocorriam com esses filiados.Enfim, quem perde é a população em geral, que fica sem fazer seu esporte e seu lazer nesses centros públicos por enchimento da folha desta secretaria, como também, a falta de material desportivo de qualidade para a prática desportiva, visando uma melhor qualidade de vida da população manauara.
Fonte: Jornal do Comércio, coluna Geo-Holística, 24 de Março de 2009.

Grupo de Pesquisa que participa

CEMH - AM - CENTRO DE ESTUDOS DO MOVIMENTO HUMANO DO ESTADO DO AMAZONAS (PESQUISADOR).


GRUPO DE CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS (PESQUISADOR).


LIBEF - UEA (LÍDER).

Artigos Publicados em Congressos, Simpósios e Seminários


1. 24 Congresso Mundial de Educação Física, 24º Congresso Internacioanl de Educação Física - FIEP 2008, Congresso de Fsioterapia do Mercosul, V Congresso Brasileiro Científico da FIEP..Caracterizacao histórica-cultural dos espacos públicos de lazer para a prática esportiva na cidade de Sào Gabriel da Cachoeira-Am ;. 2009. (Congresso).

2. II Intercâmbio de Acadêmicos de Educação Física do Amazonas.Implantação do curso de Educação Física pelo Sistema Presencial Mediado da Universidade do Estado do Amazonas - UEA.. 2009. (Encontro).

3. Congresso Mundial de Educação Física, 23º Congresso Internacioanl de Educação Física - FIEP 2008, Congresso de Fsioterapia do Mercosul, V Congresso Brasileiro Científico da FIEP..A Educação Física e a sua Perpectiva de Educação Continuada e Cultura da Paz.. 2008. (Congresso).

4. XVI Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia ; X Jornada de Inverno da SBGG e VII Jornada Brasileira de Enfermagem Geriatrica e Gerontologica.A Dança na Manutençao e o Resgate da amplitude articular e da flexibilidade do Idoso. 2008. (Congresso).

5. XII Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa.Criação do Curso de Educação Física pelo Sistema Presencial Mediado da UEA. 2008. (Congresso).

6. VIII Seminario Nacional de Politicas Públicas em Esporte e Lazer- Sustentabilidade Ecológica.Recreação e qualidade de vida numa cidade dos trópicos úmidos: uma visão das políticas públicas de lazer na cidade de Manaus -AM.. 2008. (Seminário).

7. 4º Congresso Científico Latino - Americano de Educação Física e 2º Cngresso Latino - Americano de Motrocidade Humana e 5º Simpósio Internacional de Dança em Cadeiras de Rodas.Lazer, Recreação e Atividade Física nos Espaços Públicos Urbanos e Unidades de Conservação Ambiental numa Cidade dos Trópicos Úmidos: O exemplo de Manaus a Amazônia. 2006. (Congresso).

8. X Congresso Nacional de História do Esporte, Lazer, Educação Física e Dança. II Congreso Latinoamericano de História De La Educación Física.O Ecoturísmo Desportivo : Um Instrumento a Serviço da Educação Ambiental. 2006. (Congresso).

9. XI Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa.O Ecoturísmo Desportivo: Um Instrumento a Serviço da Educação Ambiental. 2006. (Congresso).

10. I Congresso Brasileiro de Atividade de Aventura - CBAA.Possibilidades Ecoturísticas no Amazonas. 2006. (Congresso).

11. Seminários Avançados: Vetores, Controle Biólogico, Doênças Tropicais e Biotecnologia.Seminários Avançados: Vetores, Controle Biólogico, Doênças Tropicais e Biotecnologia. 2006. (Seminário).

12. X Simpósio Internacional de Atividades Físicas do Rio de Janeiro.A Intervenção da Cidade na Melhoria de Qualidade de Vida numa Cidade Amazônica: Manaus. 2006. (Simpósio).

13. I Simpósio da SBPC no Amazonas.A Presença da Universidade na Orientação Para Uma Melhor Qualidade de Vida numa Cidade Amazônica: Manaus. 2006. (Simpósio).

14. II Simpósio de Educação Física - Vitória - ES.Desenvolvimento Infantil, Educação Física Escolar e Práticas Pedagógicas. 2006. (Simpósio).

15. II Seminário Internacional: Fronteiras Étinico-Culturais e Fronteiras da Exclusão - Práticas e Contexto Intercultural.Esporte e Lazer: Uma Proposta de Inclusão Social Indíngena na Cidade de Manaus - AM. 2006. (Simpósio).

16. I Simpósio da SBPC no Amazonas.Lazer, Recreação e Atividade Física nos Espaços Públicos Urbanos e as Possibilidades ecoturístico nos Trópicos Úmidos: O Arquétipo da Amazônia Legal. 2006. (Simpósio).

17. I Simpósio da SBPC no Amazonas.Preservação e transmissão das Manisfestações Culturais do Maranhão Comparadas as da Vila Pitinga: Uma Comunidade na Amazônia. 2006. (Simpósio).

18. VI Encontro Científico da Vice - Reitoria de Pós - Graduação e Pesquisa da UNIP.Ciência e Saúde. 2006. (Encontro).

19. VI Encontro Científico da Vice-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da UNIP.O Lazer e a Recreação as Praças Públicas Urbanas na Cidade de Manaus: Um Estudo de Caso.. 2006. (Encontro).

20. I Treinamento em Mosquitos Vetores:Da Matriz Peritrófica ao Mosquito Trangênico.Vetores de Doenças Tropicais na Amazonia. 2006. (Encontro).

21. Fórum Internacional de Esporte e Lazer.Fórum Internacional de Esporte e Lazer. 2006. (Outra).

22. 2º Conferência Municipal de Esporte - Prefeitura Municipal de Manaus - SEMESP.2º Conferência Municipal de Esporte - Prefeitura Municipal de Manaus - SEMESP. 2006. (Outra).

23. V Congresso Brasileiro de Atividade Física & Saúde.V Congresso Brasileiro de Atividade Física & Saúde. 2005. (Congresso).

24. V Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde.Lazer e Qualidade de Vida: Atividade Física e Saúde em um Grupo da Terceira Idade na Cidade de Manaus: Um Estudo de Caso. 2005. (Congresso).

25. III Simpósio Internacional de Educação Física e Desporto.Avaliação Física de Populações jovens: Testes de Laboratório e de Campo. 2005. (Simpósio).

26. III Simpósio Internacional de Educação Física e Desporto.Tendências Atuais da Preparação Física no Futebol. 2005. (Simpósio).

27. 13º Colóquio Internacional da AFIRSE e 3º Colóquio Nacional da AFIRSE secção Brasileira.Educação e Desenvolvimento Sustentável ( Diversidade, Diferenciação e Inclusão ). 2005. (Simpósio).

28. Consórcio das Instituições Brasileiras de Alimentação e Nutrição.Consórcio das Instituições Brasileiras de Alimentação e Nutrição. 2005. (Encontro).

29. Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. 2005. (Encontro).

30. III Encontro Acadêmico de Educação Física.A Ética e o Direito na Organização Desportiva. 2005. (Encontro).

31. I Colóquio de Educação Física.Lazer, Recreação e Qualidade de Vida: Uma Visão Ética do Espaço Público Urbano na Cidade de Manaus. 2005. (Encontro).

32. V Encontro Científico da Vice - Reitoria de Pós - Graduação e Pesquisa da Universidade Paulista - UNIP.Lazer, Recreação e Atividade Física nos Espaços Públicos Urbanos e Unidades de Conservação Ambiental numa Cidade dos Trópicos Úmidos: O exemplo de Manaus na Amazônia. 2005. (Encontro).

33. V Encontro Presencial FUNIBER.Sustentabilidade na Amazônia - Em foco do Programa de Pós-Graduação em Gestão e Auditoria Ambienta. 2005. (Encontro).

34. Encontro Nacional de Recreação e Lazer - ENAREL.Lazer, Recreação e Qualidade de Vida: Uma Visão Ética do Espaço Público Urbano na Cidade de Manaus. 2005. (Encontro).

35. 2º Prêmio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS.Lazer e Recreação em Manaus. 2005. (Encontro).

36. I Conferência Municipal de Esporte.I Conferência Municipal de Esporte. 2005. (Outra).

37. Educação Física e a questão Ambiental. 2005. (Outra).

38. 3º Congresso Científico Latino-Americano de Educação Física - UNIMEP.Atividade Física, Lazer e Meio Ambiente Urbarno em Manaus: Uma Visão Histórica. 2004. (Congresso).

39. I Congresso Virtual Brasileiro de Administração - CONVIBRA.Recreação e Qualidade de Vida numa Cidade dos Trópicos Úmidos: Uma visão das Políticas Públicas de Lazer na Cidade de Manaus. 2004. (Congresso).

40. I Simpósio Latino-Americano da Universidade do Futebol.Futebol: Técnicas e Táticas Modernas. 2004. (Simpósio).

41. Sociedade e Biodiversidade.Integração dos Cursos para área de Saúde e Educação Física por meio da informação e do conhecimento. 2004. (Simpósio).

42. 3º Encontro Acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo.Espaços Públicos de Lazer em Manaus. 2004. (Encontro).

43. IV Encontro Científico da Vice-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Paulista - UNIP.Lazer, Recreação e Atividade Física nos Espaços Públicos Urbanos e Unidade de conservação Ambiental numa Cidade dos Trópicos Úmidos: O exemplo de Manaus na Amazônia. 2004. (Encontro).

44. 2º Congresso Científico de Edicação Física - UNINILTON LINS.Atividade Física e Meio Ambiente: Complexo Poliesportivo da Ponta Negra em Manaus. 2003. (Congresso).

45. III Seminário Nacional de Políticas Públicas em Esporte e Lazer.Cidades e Urbanismo: Espaços e Equipamentos de Lazer. 2003. (Seminário).

46. 1º Encontro Acadêmico do Curso de Educação Física - UNIP - Campus Manaus.Espaços Públicos de Lazer em Manaus: O Papel das Políticas Públicas. 2003. (Encontro).

47. 4º Seminário de Legislação Desportiva. 2001. (Outra).

48. I Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia. 2000. (Simpósio).

49. 3º Seminário de Legislação Desportiva. 2000. (Outra).

50. Formação de Técnico Desportivo - Futebol de Campo. 1999. (Outra).

51. Formação de Técnico Desportivo - Futsal. 1998. (Outra).

52. Atualização de Recreação Escolar. 1997. (Outra).

53. Metodologia do Treinamento do Futsal. 1996. (Outra).

54. Atualização em Fisologia Desportiva. 1996. (Outra).

55. Técnicas de Basquetebol. 1996. (Outra).

56. A Prática da Pesquisa. 1995. (Outra).

57. Metodologia do Treinamento para Crianças e Jovens. 1995. (Outra).

terça-feira, maio 26, 2009

Estudos do lazer: um panorama contemporâneo.

No Brasil, as primeiras iniciativas de intervenção relacio­nadas ao lazer, cujos primórdios se encontram no final do século XIX, partem de preocupações com o tempo livre da população das maiores cidades do momento. Tais preocupa­ções podem ser entendidas no contexto de duas ocorrências históricas. Uma delas é o surgimento das primeiras organiza­ções de trabalhadores. Entre suas reivindicações pioneiras se encontrava a redução da jornada diária. Desde as primeiras gre­ves, lutou-se por um maior tempo livre, a exemplo do que ocorria na Europa. Na verdade, o contexto crescente de industrialização paulatinamente vai inserir o país em movimento semelhante ao do continente europeu.
Além disso, o próprio contexto de modernização da socie­dade brasileira vai contribuir a fim de tornar importante, para as cidades em crescimento, os momentos de vida festiva. Podemos identificar uma busca gradativa dos espaços públicos e uma or­ganização crescente do mercado de diversões, inicialmente com o teatro, posteriormente com o esporte e o cinema. Algo similar ao que ocorrera na Europa no período conhecido como Belle Époque, como foi o caso de Manaus no período áurea da borracha (1890-1920).
Naquele momento, o lazer ainda não era compreendido como um campo acadêmico e de intervenção profissional. Tais perspectivas somente passaram a se desenvolver a partir da década de 1920, quando alguns profissionais, influenciados pela experiência norte-americana e européia, começaram a se preo­cupar com maior profundidade e a propor estratégias de melhor organização dos espaços de lazer de algumas cidades, nota­damente em Porto Alegre (dirigidas por Frederico Gaelzer), em São Paulo (implementadas por Nicanor Miranda), e um pouco depois no Rio de Janeiro com o Serviço de Recreação Operária, dirigido por Arnaldo Sussekind e em Manaus com a construção da cidade pelos ingleses, esses espaços também foram construídos, tais como: Velódromo Álvaro Maia, Parque Amazonense e as áreas para regatas de remo nos igarapés de Manaus, dentre outras.
As primeiras "Praças de Esporte" e "Centros de Recreios" surgiram na transição das décadas de 1920 e de 1930, inseri­dos no quadro de controle dos espaços públicos, processo em desenvolvimento desde o fim do século XIX. Naquele momento, as atividades "recreativas" eram entendidas como forma de ma­nutenção da saúde e recuperação da força de trabalho, dimen­sões importantes para um país que se industrializava e sentia os impactos desse processo, principalmente na organização das cidades, que cresciam rapidamente e de forma desordenada. Não por acaso, houve uma forte ligação e um grande ofereci­mento de atividades físicas, consideradas as mais adequadas, tendo em vista tais intuitos.
No Brasil, os autores pioneiros das reflexões sobre a "re­creação" como uma boa solução para minimizar os problemas desencadeados pela modernidade, possibilitando intervenção na saúde e na higiene dos habitantes. Eram críticos em re­lação às mazelas sociais, mas não em relação às injustiças sociais que as ocasionavam, bastando a administração de um remédio eficaz que "mascarasse" os sintomas: as "atividades recreativas".
Assim sendo, rapidamente se estabeleceu uma forte re­lação com o profissional de Educação Física, encarado como o que possuía a formação mais adequada para atuar no campo da "Recreação" que se estruturava. Não por acaso, durante muitos
anos, este foi o profissional que esteve mais atuante com as atividades de lazer, uma dimensão ainda hoje presente e facil­mente identificável na presença constante de disciplinas ligadas ao campo de atuação em praticamente todos os cursos de for­mação profissional da área de Educação Física'.
Vale a pena destacar que nesse momento também pas­samos a conviver com duas nomenclaturas: "recreação" (uma influência norte-americana) e "lazer" (uma influência européia). Esta dupla definição persiste até hoje entre nós, normalmente sendo utilizado o primeiro termo para designar o conjunto de atividades, e o segundo para abordar o fenômeno social.
O problema é que historicamente foi construída uma res­trição do termo "recreação" a um conjunto de atividades (jogos, brincadeiras, etc.), empobrecendo o entendimento do fenômeno lazer e limitando as possibilidades de intervenção pedagógica a um simples oferecimento despretensioso de tarefas destinadas somente a passar o tempo.
Naquele momento histórico (décadas de 1920 e 1930), outro campo de intervenção trouxe à tona as preocupações com as "atividades recreativas": o primeiro segmento escolar, aquele que abarca as crianças mais jovens por ocasião de sua entrada nos colégios, mais uma vez estabelecendo-se uma forte ligação com a Educação Física.
A partir daquele instante, começa-se, de forma enfática, a apresentar as atividades de "recreação" como as mais ade­quadas para atuar na Educação Física com crianças daquelas séries iniciais, uma preocupação que já existia nas Escolas Nor­mais desde o século XIX. Vejamos mais uma vez que, na ver­dade, referia-se a brincadeiras e jogos, confundindo-os com os mesmos implementados nos parques e praças.
Concomitante às preocupações com a "recreação" em pleno desenvolvimento, começaram a surgir disciplinas especí­ficas nos cursos de graduação em Educação Física, e também os primeiros livros ligados ao assunto; pioneiras tentativas de teorização e constituição de um campo acadêmico mais sólido. Nas décadas de 1940 e 1950 esses livros eram em geral apa­nhados de jogos, uma prática que persiste até os dias de hoje, ou tentativas de teorização a partir de conexões com a psicolo­gia. Surgem também os primeiros cursos de aprofundamento e extensão, o que demonstra que aumentam as preocupações com a atuação profissional, foco primordial de reflexões.
Nesse percurso podemos identificar alguns problemas que de alguma forma ainda persistem: a) uma perspectiva de compreensão das atividades de lazer como remédio para cor­reção dos problemas da sociedade "moderna"; b) em função do contexto social e da formação de origem de grande parte dos profissionais (Educação Física), uma valorização excessiva das atividades físicas, quando o campo do lazer é por certo mais amplo; c) a não consideração das diferenças entre atividades a serem aplicadas na escola e fora dela, notadamente a partir da adoção da noção de "recreação"; d) uma maior valorização para o simples elencar de atividades e pouca compreensão acerca da importância dos referenciais teóricos que permitam uma in­tervenção qualitativamente superior .4
Ainda que tenha uma longa trajetória anterior, é somen­te a partir da década de 1960 que as discussões relacionadas ao lazer, à recreação e à animação sociocultural ampliam-se e tornam-se mais freqüentes. Inicialmente devemos considerar a influência do conjunto de experiências relacionadas à Educa­ção Popular e do pensamento de Paulo Freire, que acabam por explicitar e questionar os limites das intervenções usualmente desenvolvidas, e a exigir uma nova postura perante a animação sociocultural (mesmo que ainda o termo não fosse normalmen­te utilizado), algo plenamente compreensível naquele momento histórico, marcado pela perspectiva de construção de uma de­mocracia ampla no país.
Essa perspectiva de intervenção é, em certo sentido, bas­tante obliterada pelo golpe militar de 1964. Ainda assim, essas experiências continuam em desenvolvimento, mesmo no ambien­te de tensão estabelecido pelo cenário da ditadura, e marcam fortemente um modus operandis original, que inclusive extrapola as fronteiras nacionais: o pensamento de Freire se torna refe­rência em vários outros países latino-americanos, africanos e mesmo europeus (em Portugal, por exemplo).
Outro fator relevante é o fato de as temáticas "recreação" e "lazer" começarem a ser tratadas de forma mais sistemática, tanto em instituições acadêmicas quanto em iniciativas de orga­nizações governamentais. No âmbito das universidades, desde os anos 1970 e mais claramente a partir da década de 1980, organizam-se grupos de pesquisa, realizam-se eventos cientí­ficos, escrevem-se artigos e livros sobre a temática, no interior de diferentes áreas do conhecimento. Em comum, entre essas diferentes reflexões, deve-se ressaltar a compreensão da carac­terística multidisciplinar da temática.
Além disso, deve-se destacar a tendência de tratar o as­sunto de forma mais crítica, isto é, não mais oferecer somen­te um conjunto de atividades para o simples passar do tempo, que acaba contribuindo para a alienação do indivíduo perante à sociedade. Trata-se, sim, de perceber que temos uma podero­sa ferramenta de intervenção em busca da construção de uma nova ordem social, mais igualitária e mais justa. Nos órgãos do governo, vemos surgir as primeiras inicia­tivas de elaboração mais estruturada de políticas públicas, mes­mo que ainda tímidas e, muitas vezes, perpetuando determina­das imprecisões conceituais, como sua dissociação do fórum da cultura e sua ligação direta e linear ao esporte. Sem falar no fato de que as secretarias ligadas à temática normalmente recebem menos verbas, como se ainda persistisse uma rígida hierarquia das necessidades humanas. Curiosamente, entre governos con­servadores e progressistas, vemos equívocos nas políticas pú­blicas relacionadas ao lazer e à animação cultural.
Nesse quadro, tornaram-se mais freqüentes iniciativas institucionais, por parte do poder público, de oferecimento de atividades de diversão, tais como a organização de passeios ci­clísticos e o fechamento de logradouros ao trânsito nos fins de semana, as chamadas ruas de lazer. Nos anos 1970, seguindo a campanha "Mexa-se", o governo federal lança o programa "Es­porte para Todos".
O lazer emerge como importante instrumento de "re-hu­manização", encontrando seu lugar na pauta das agendas públi­cas. O "Seminário Nacional sobre Lazer", realizado em Curitiba, em novembro de 1974, foi apontado como a iniciativa responsá­vel por ter transportado o "problema da qualidade de vida numa grande cidade para a esfera concreta das preocupações oficiais" (Revista VEJA, 4 de dezembro de 1974, p. 54). Com a presença de arquitetos, urbanistas, sociólogos, economistas e assisten­tes sociais, o evento foi avaliado como uma "cruzada em favor de uma nova, mais humana e mais atraente fisionomia para as grandes metrópoles contra um universo de tédio, frustrações culturais e desespero que perseguem seus habitantes" (Revista VEJA, 4 de dezembro de 1974, p. 54).
Em 1975, novo congresso seria realizado, dessa vez no Rio de Janeiro: o 1 Encontro sobre o Lazer, Cultura, Recreação, Educação Física". E, também, começaram a ser traduzidos os livros do pesquisador e sociólogo francês Joffre Dumazedier', proponente da constituição de uma sociologia empírica do lazer, para ele única forma de dar conta da complexidade do fenômeno na contemporaneidade. Em breve, a temática passaria também a ser discutida nas universidades e seria tratada como questão acadêmica; as suas relações com a questão urbana não mais abandonariam as pautas de investigação.'
Nas décadas de 1980 e 1990, além da continuidade de organização do campo acadêmico e do aperfeiçoamento de ex­periências de intervenção, vemos o delineamento definitivo no Brasil, embora ainda embrionário, de iniciativas ligadas à orga­nização de uma "indústria de lazer e de entretenimento", como já ocorrera em outros países do mundo. Notadamente podemos identificar o crescimento das preocupações com o turismo, a consolidação do esporte como poderoso produto de negócios, o fortalecimento do mercado cultural ligado às diversas manifes­tações artísticas, o aumento do poderio dos meios de comuni­cação, o rápido (embora desordenado) crescimento do mercado de parques temáticos.
No que se refere aos museus, cinemas, teatros e todo equipamento artístico, vemos que no Brasil também cresce a profissionalização de sua administração e a organização de grandes eventos, sendo cada vez maior a preocupação eco­nômica com tal mercado. É importante também destacar que o Brasil já é reconhecido como parte do grande mercado interna­cional de cultura, tendo chamado a atenção de conglomerados multinacionais que, paulatinamente, têm se instalado no país.
Estima-se que a indústria cultural brasileira tenha movi­mentado, no ano de 1998, aproximadamente R$ 6,5 bilhões, (cerca de 1% do Produto Interno Bruto - PIB), e que, em 2000, mais de 2.500 empresas tenham investido em cultura. Somente no Estado do Rio de Janeiro, tal setor movimentou 3,8% do PIB, tendo mobilizado, em 1999, R$ 5,1 bilhões, recolhendo mais ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do que indústrias tradicionais como a de química e a de alimentos. Não é de surpreender, então, o resultado de uma consulta da Target Pesquisas, indicando que entre 1983 e 1997 praticamen­te dobrou, em todas as classes (A, B, C e D), a fatia de orçamen­to destinada ao consumo de produtos de lazer/entretenimento.
A questão é que esse mercado e essas oportunidades têm se desenvolvido de forma bastante seletiva, somente acessível em sua plenitude à pequena parcela da população. O desafio maior nesse momento parece ser estruturar estratégias que per­mitam e estimulem os extratos excluídos da população brasileira a ter acesso a tais bens culturais, um dos desafios maiores e mais prementes para pensarmos o fenômeno social Lazer no Brasil.
Como hoje se delineia em nosso país o campo de iniciativas ligadas ao lazer? Podemos traçar um panorama a partir de seus elementos constitutivos. No que se refere aos grupos de pesquisa, nos últimos 10 anos, tornaram-se mais estruturados e atuantes co­letivos que se dedicam ao estudo de diversos aspectos ligados ao lazer na sociedade. Até o momento, temos cerca de 50 grupos cadastrados no Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).
Se analisarmos sua distribuição pelas regiões brasileiras, veremos que a concentração é maior nas regiões Sudeste e Sul. Percebemos uma grande concentração de pesquisas nas regiões mais ricas do país, sendo um desafio difundirmos os estudos para aquelas regiões menos desenvolvidas do ponto de vista econômico.
Podemos também identificar que mais da metade dos grupos estão abrigados em faculdades ou departamentos de Educação Física. Outra parte significativa está organizada em faculdades de Pedagogia (em muitos casos também liderados por profissionais oriundos da Educação Física) e em departa­mentos de Antropologia. Há também grupos nas áreas de Tera­pia Ocupacional, Fisioterapia, Administração, Pedagogia, Economia, Turis­mo, Urbanismo e Arquitetura, Psicologia e Medicina." Vale ressaltar que, no cadastramento de cada grupo, o coordenador indica palavras-chaves que identificam sua organi­zação. Foi possível perceber que, na verdade, em alguns des­ses grupos a temática lazer não é a de principal interesse, mas sim ocasionalmente discutida. Mesmo nas linhas de pesquisa de alguns grupos não foi possível encontrar referências explícitas à temática.
De fato, temos no Brasil cerca de 15 grupos específicos e exclusivamente organizados para estudar, pesquisar e intervir no campo do lazer. Um número ainda pequeno se considerarmos a importância que a temática possui e mesmo se levarmos em con­ta que já existem muitas estratégias de intervenção em desen­volvimento, notadamente em comunidades de baixa renda.
No que se refere às associações científicas, não possuímos no Brasil uma específica e exclusiva dedicada ao lazer. Contudo, no âmbito do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), entidade científica que congrega interessados em discutir a Edu­cação Física e o Esporte, está organizado um Grupo de Traba­lho Temático (GTT) para tratar do assunto. O CBCE organiza congressos nacionais a cada dois anos; e, periodicamente, con­gressos regionais/estaduais, sempre com a participação ativa do GTT de lazer. A temática é também freqüentemente abordada no periódico científico daquela entidade: a Revista Brasileira de Ciências do Esporte.
Além disso, a temática é constantemente discutida nas iniciativas da Associação Brasileira de Bacharéis de Turismo (ABBT), que também organiza periodicamente eventos científi­cos, como o Congresso Brasileiro de Bacharéis de Turismo; bem como em iniciativas ligadas às associações de outras áreas de conhecimento (o que não surpreende, pois estamos falando de temáticas multidisciplinares).
No que se refere aos eventos científicos específicos, te­mos no país dois encontros regulares: a) o Encontro Nacional de Recreação e Lazer (ENAREL), realizado anualmente; b) o Se­minário Lazer em Debate, também anual. Como se pode iden­tificar, temos um número pequeno de encontros especiais para a temática.
Pensando na questão da publicação e da difusão de pes­quisas e experiências relacionadas aos assuntos, podem-se identificar artigos apresentados nos mais diferentes periódicos, das mais diversas áreas de conhecimento. Contudo, a Licere é o único periódico exclusivo publicado no Brasil, editado pelo Centro de Estudos do Lazer da Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais.
Já no que se refere à formação profissional, temos mui­tas iniciativas organizadas no país. Existem vários cursos livres sendo oferecidos por entidades diversas e/ou em eventos es­pecíficos, mas nem sempre se pode atestar a qualidade dessas iniciativas. Grande parte dos profissionais de lazer continua sen­do preparado no âmbito de outros cursos de graduação, notada­mente nas faculdades de Educação Física e Turismo, nos quais existem disciplinas específicas ligadas ao assunto. Vale também destacar que em algumas faculdades de Educação Física é ofe­recido um aprofundamento particular direcionado ao lazer, nor­malmente a partir do terceiro ano de curso.
No caso de pós-graduações, no mestrado e doutorado, o assunto tem sido abordado em programas das mais diversas áreas (Educação Física, Psicologia, Comunicação, Educação, Ciências Sociais, Turismo, entre outras). No ano de 2007, a Uni­versidade Federal de Minas Gerais deu início ao primeiro curso de mestrado especificamente ligado à temática,como também a Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP, na área de concentração em Corporeidade,Pedagogia do Movimento e Lazer.
No caso das especializações (pós-graduações lato sen­su), encontramos quadro semelhante ao das graduações. A te­mática é tratada em alguns cursos na área de Educação Física e Turismo, por meio de disciplinas próprias ou como estímulo à produção de monografias, entretanto existem poucos cursos completamente dedicados à formação do profissional de lazer.
Entre esses, destaca-se o Curso de Especialização em Lazer, promovido e oferecido pelo Centro de Estudos de Lazer da Escola de Educação Física da Universidade Federal de Mi­nas Gerais, o único oferecido com regularidade. Por lá passa­ram muitos dos profissionais que hoje atuam como animadores culturais e/ou como pesquisadores na área. Existem também os cursos de especialização no formato Master Business Adminis­tration (MBA), cujo objetivo pronunciado é a formação do admi­nistrador e do gestor de negócios.
Além disso, nas áreas ligadas às artes (música, cinema, artes plásticas) se não percebemos comumente uma discussão ligada ao lazer e à animação cultural, podemos sim identificar preocupações com a preparação do profissional que servirá
como intermediário entre o grande público e as obras mais com­plexas no contexto da contemporaneidade: o professor de edu­cação artística, o mediador cultural ou monitor de exposições, que também atuam como animadores culturais.
Todas essas importantes iniciativas de formação, sob pontos de vista diversos, procuram apontar os caminhos, os de­safios, os limites e as perspectivas para que seja possível pre­parar o profissional que atuará nos mais diversos âmbitos de intervenção. Contudo, somos forçados a admitir que: a) ainda estamos longe de compor um quadro seguro de reflexões re­lativas a uma boa qualidade de formação; b) grande parte dos profissionais de lazer atuantes no mercado não teve acesso a tais pensamentos e ainda atua de forma no mínimo simplista, para não dizer equivocada.
Alguns fatores por certo dificultam a implementação de uma formação de melhor qualidade do profissional e pesquisa­dor de lazer, entre elas:
a) a tradição histórica, que muitas vezes ainda confunde a atuação no âmbito do lazer com o simples oferecimento de uma série de atividades. Por isso, é comum encontrarmos cursos e livros que nada mais fazem do que apresentar um repertório de brincadeiras, sem uma discussão teórica mais consistente. Em alguns locais, podemos dizer que este ainda é o pensamento hegemônico;
b) a compreensão de que trabalhar no âmbito do lazer é simples, no qual qualquer um pode atuar, bastando ter algumas características de personalidade (ser divertido, ter carisma) e sa­ber muitas brincadeiras;
c) as características multifacetadas do mercado de atua­ção profissional. Imagine-se a dificuldade de formar um profis­sional que pode atuar nos mais díspares postos de trabalho;
d) o caráter não disciplinar da temática, afinal diversas áreas de formação estão relacionadas com a atuação do profis­sional: Educação Física, Dança, Artes Plásticas, Música, Teatro, Cinema, Psicologia, Sociologia, Comunicação Social, Adminis­tração, Turismo, entre outras;
e) a desvalorização do profissional, não havendo ainda nenhuma regulamentação mais explícita relacionada com a jor­nada de trabalho, salário, condições de atuação, etc.;
f) o perfil exigido do profissional, complexo em função da peculiaridade do campo de atuação.
Quais são as práticas e qual o campo de trabalho do profissional de lazer? A grande "novidade" neste cenário con­temporâneo é a explosão do número de "projetos sociais", na maior parte das vezes conduzidos por organizações não-go­vernamentais. Apresentados, não poucas vezes, como a "única saída possível" para a situação de pobreza que atinge grande parte da população brasileira, muitas são as polêmicas que cercam tais iniciativas: estaria o Estado abrindo mão de suas responsabilidades, transmitindo-as de forma pouco controlada para outros setores, supostamente organizados da sociedade civil? Não estaríamos a ver surgir uma "indústria da pobreza", cujos maiores beneficiários são os setores das classes médias empregados e determinados empresários que ganham com a isenção de impostos e com a construção de uma imagem de responsabilidade social? Esses projetos não continuam a pro­pagar o velho discurso funcionalista e salvacionista, agora com novas roupagens? No fundo grande parte desses projetos não acaba trabalhando com a mesma lógica cultural da sociedade do espetáculo? Quais são os reais ganhos que tais projetos trazem aos envolvidos? De qualquer maneira, cresce notavel­mente o campo de atuação com o rápido surgimento dessas iniciativas.
Pode-se perceber que o campo de trabalho é crescente também em outros espaços: clubes, ruas de recreio, colônias de férias, hospitais, empresas, festas infantis, acampamentos, museus e centros culturais, podendo o profissional atuar tanto diretamente animando o público-alvo quanto como gestor/admi­nistrador de atividades.
Muitas entidades privadas oferecem programas de lazer. Entre estas, destacam-se o Serviço Social do Comércio (SESC) e o Serviço Social da Indústria (SESI), que possuem longa tra­dição de envolvimento com o assunto e uma vasta rede de ins­talações em todos os estados brasileiros. Ambas são entidades patronais, atuantes desde a década de 1940, mantidas por um imposto recolhido dos empresários do comércio e da indústria. Em certos locais e em certos momentos históricos, tais entida­des chegaram a substituir a ação dos poderes públicos.
Enfim, este é o quadro que se apresenta no Brasil. A te­mática lazer nos últimos 20 anos têm se tornado cada vez mais uma preocupação e avançam as iniciativas ligadas tanto à refle­xão teórica sobre o assunto quanto ao número de experiências concretas de intervenção. Mas ainda são enormes os desafios a serem encarados e muitas as ações e as tarefas a serem enca­minhadas para tornar qualitativamente superior nossa compre­ensão e nossa capacidade de intervenção.
Este livro apresenta um pouco desses esforços. Seus ca­pítulos são investigações desenvolvidas por pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento, articuladas ao redor de um grupo de pesquisa na cidade de Manaus, tendo em comum o fato de buscarem inserir o lazer no cenário de tensões da sociedade contemporânea, uma preocupação com articulação entre teoria e prática e um desejo por contribuir para a construção de uma cidade mais justa.Esperamos que o leitor, após ler esta produção coletiva, sinta-se convidado a embarcar nessa fascinante viagem pela cidade de Manaus e pelos
magníficos conteúdos do lazer.

Lazer: Habilidades Históricas - 2009


LAZER: HABILIDADES HISTÓRICAS E EDUCACIONAIS
Há muito mais habilidades históricas e educacionais aplicadas ao lazer do ser, do que possa imaginar nossa vã filosofia.
É o que este livro apresenta ao leitor, privilegiado pela visão do autor, no sentido de trazer ao conhecimento e ao convívio daqueles que, de alguma forma ou por algum motivo maior não haviam ainda percebido a exata e tamanha dimensão do que é lazer.
O contraponto da educação para o trabalho e desta para o lazer, constitui preocupação das sociedades atuais, na busca incessante pela qualidade de vida encravada e escrava da urbanidade. As mudanças recentes sinalizam para uma reflexão maior sobre o que é desfrutar a vida, ante os paradigmas do pensamento mitológico da filosofia antiga e os paradigmas do homem contemporâneo. Tão difícil de ser vivido em sua plenitude, o lazer passou a ser um item a mais no cardápio da dieta lúdica das necessidades humanas. Tal consciência de que é preciso estimular cada vez mais o lado ludens de nossa civilização tão faber, passou a constituir nos tempos atuais em vigoroso campo de trabalho, à medida que o homus tecnologicus desenvolve cada vez mais tecnologias em favor de seu tempo dedicado aos interesses de sua sociabilidade, em particular no que tange à família e ao entretenimento, desde a idade juvenil até, quiçá, à melhor idade ou à Terceira Idade, como queiram.
Divertir-se sempre é a palavra de ordem para a superação dos preconceitos existentes sobre o que é lúdico. Tais preconceitos incluem ricos e pobres na direção do equilíbrio do balanço social do conjunto de fatores socioeconômicos que distanciam as pessoas entre si, contrariando princípios da universalidade do homem ludens, posto que, nem só de pão vive o homem. Do homo pai ou mãe às instituições religiosas, passando pelo contexto político-econômico o lazer constitui o ambiente meio para tornar a vida mais prazerosa e menos estressante, menos ociosa, menos reprimida, menos oprimida e muito mais menos. Sem atrapalhar o trabalho e os deveres o homem encontra nos lazeres da vida as amenidades para o trabalho difícil, pois fácil é divertir-se e esta é uma decisão voluntária do ser no exercício de sua dignidade cidadã.
Ser faber e ludens ao mesmo tempo é tarefa difícil para aqueles que não exercem seus afazeres com amor servil. Em meio à artificialidade do homo faber nasce o homo ludens integrados entre si em meio a estratégias de ruptura de seus destinos.
Lazer e permissão são sinônimos desde a Grécia antiga e que nos remetem ao ideário de liberdade do ser nas mais diversificadas formas de expressão cultural e religiosa. Os medos coletivos baseados no senso do pecado ainda continuam estigmatizando o lazer como causa dos fracassos espirituais ante a figura do mal em detrimento da figura do bem divino. Ledo engano. Aos pobres os rigores do trabalho e aos ricos os benefícios do lazer, constitui hipocrisia social-cristã no âmbito do cinismo das religiões como um todo, diferentemente ao que pregou Jesus Cristo, ou seja, o amor à natureza do ser de forma lúdica num convívio harmônico. Do proletariado feudal ao estilo burguês dos nobres o lazer continua sendo uma forma de distinção social sem, necessariamente, ser exageradamente levado à sério ou tratado de forma fútil.
Aventura, competição, vertigem, fantasia são alguns dos ingredientes motivacionais na formulação do tempero do lazer. Haja imaginação!
Como se divertir ante tanta imaginação? Eis a questão! O lazer como diversão pode ser praticado dentro e fora do ambiente doméstico. Entretanto, há que se levar em conta a diversidade de meios hoje disponíveis ao honro contemporaneus em termos de comunicação e convívio social. Isto vale tanto para os meios eletrônicos como para os ambientes de acesso ao público, particularmente aqueles que promovem a interação do homem com a natureza lúdica. Também se incluem neste contexto os segundo lares, ou seja, os sítios, chácaras e fazendas que servem tanto para o lazer familiar quanto para o trabalho e renda complementares, bem como os lugares que promovem as atividades sócio-recreativas e contemplativas, dando asas à expansão do lazer com liberdade.
Liberdade e lazer são estímulos à sexualidade do ser humano. Não obstante ao fortalecimento contínuo dos movimentos feministas, de forma aceitável ou não em relação aos dogmas existentes o sexo continua sendo visto como vilão da superpopulação global, em razão do ócio social mundial. Neste sentido, o sexo impõe a todos, responsabilidades na prática do lazer baseado no prazer sexual que motiva as relações humanas. O lazer constitui, então, em elemento fundamental para o entendimento e compreensão do corpo biológico, que sofre e que sente sensações de toda ordem e sorte, mas que sempre pedirá conforto em diversos climas de cunho psicológico, seja de caráter sagrado, profano ou até mesmo romântico. Quem sabe seja o lazer o segredo da vida feliz!?
Mas, então, por que é tão difícil divertir-se para ser feliz? Esta é uma questão inesgotável de argumentos. Entretanto, a corrupção aos ingredientes motivacionais já comentados anteriormente, constitui arma poderosa no sentido contrário da vida feliz. O outro lado da moeda do lazer pode representar o lado mal desta corrupção, a qual pode revelar-se na forma de violência e agressividade impulsivas, vícios escravizadores (químicos ou não), adivinhações e apostas, idolatrias equivocadas, além de outras. Pior do que todas estas mencionadas a "concretude" psicótica" insurge sobre os limites do indivíduo com a força de uma tormenta mental no campo das ilusões fantasiosas. Para vencer tais dificuldades o importante como regra é participar do jogo do lazer e não tão somente competir, pelo simples caráter desafiador dos ingredientes motivacionais. Lazer, prazer e trabalho são combinações, mas não se miscuem.
Entre o fazer algo e não fazer nada o tédio pode, também, constituir-se num aliado do mal contra o lazer prazeroso. Porém, este fazer ainda implica no caráter do que é produtivo e improdutivo em termos de uso do tempo e de sua administração, na luta pela superação dos estados biorrítmicos do homem, no que tange ao rompimento da inércia psicológica sobre o não fazer nada, tão característico das sociedades urbanas e rurais. Isto é, não há distinção para as diferenças individuais, do ponto de vista verbal, entre o ser urbano e o ser rural. Ambos se organizam em tribos humanas, mas sofrem influências astrais diferenciadas entre as luzes artificiais das cidades e as luzes naturais das estrelas, que de alguma forma afetam ou influenciam as razões existenciais de cada um, cuja liberdade em sua complexidade permite ao homem com sua inteligência vencer todo e qualquer tédio, através de suas habilidades históricas e educacionais aplicadas ao lazer.
Será que nada vence ou supera o lazer? Do ponto de vista conceitua) não. Entretanto, os hábitos da vida capitalista e não-capitalista estão intimamente ligados à disponibilidade de dinheiro. Pode até parecer um transe coletivo - mas não é. A distância
entre a pobreza e a riqueza está na indisponibilidade de oportunidades cidadãs e na falta de recursos sócio-culturais, impostos pelos vários modelos de poderes de domínio sobre o ser humano, cujos interesses garantem suas sustentabilidades, através do rompimento dos vínculos entre as estruturas sociais humanas, as quais deveriam ser fortalecidas em favor do nivelamento da qualidade de vida entre os povos, permitindo assim que o lazer pudesse constituir elo de integração, mediante a sua diversidade de aplicação, no sentido de corpos e mentes sadias. O fosso entre a classe rica e a classe pobre constitui na atualidade o espaço ocupado pela classe média, a qual sofre dilemas sócio-econômicos na tentativa de manter-se em patamares de satisfação e felicidade e na fuga ante inúmeras possibilidades de se tornar infeliz, do ponto de vista social capitalista. É a "psicologia da felicidade", que relaciona o estado capital da riqueza e da pobreza com os estados de felicidade e infelicidade. Entre um pólo e outro criam-se óbices ao lazer e tentativas de se justificar o ócio ao lazer.
As várias pontes existentes entre o faber e o ludens, entre o trabalho e o lazer, representam desafios da problemática humana no curso de seu relógio biorrítmico. Na facilidade do lúdico de antigamente encontrava-se o aconchego e o consolo para a alienação das gerações de outrora. Na dificuldade do ludens e na artificialidade do faber encontram-se os dilemas, os complexos e as síndromes das gerações atuais e futuras, cuja sustentab il idade desafia os especialistas de plantão. Qual será então a qualidade da aposentadoria desta e das futuras gerações?
Relaxar e gozar? Claro que esta não é a palavra de ordem ante a possibilidade da falência do ludens e do faber. Importante e necessário se faz, no sentido de desfrutar-se do lazer, como se fosse este um ideal de vida, seja no âmbito do trabalho, da família e/ou da religião. Resignação, choro, oportunismo, reivindicação e ganhos, são tipos de reações inerentes aos que se habilitam a administrar o tempo em favor da qualidade de seus lazeres. Entre a passividade e a pró-atividade daqueles que em algum momento se arriscam a dedicar parte de seu tempo privilegiando o lazer e renunciando temporariamente ao trabalho, há que se buscar o equilíbrio entre o sucesso e a felicidade. Flexibilizar! Esta é, então, a palavra de ordem. Compartilhar! Esta é a regra do bem viver, com animação a qualquer tempo, baseada nos costumes culturais de cada tribo, urbana ou rural.
Melhor do que estar submetido ao controle dos meios de comunicação de massa é praticar os ensinamentos explicitados ao final do parágrafo acima. Formar opinião não é tão fácil ou tão simples, quanto ser controlado pelo poder das comunicações. O homo faber parece ser mais vulnerável às causas e efeitos da mídia global. Por conseguinte, o homo ludens apresenta melhores defesas para o desenvolvimento de seu senso crítico ante o poder pelo poder em suas variadas formas de difusão e tentativas de controle. A contra-arma disto é o uso do poder cultural em defesa de cada indivíduo.
Fortalecidas as defesas humanas o ser precisa ser capaz de pôr-se receptivo, sem ser, obviamente, passivo, às habilidades históricas e culturais aplicadas ao lazer. Neste sentido, a contemplação deve sobrepor-se ao trabalho na construção do calendário biorrítmico do indivíduo. A cadeia produtiva do lazer não deve desconsiderar a pirâmide social formada pelo senso temporal do faber, até porque não trabalhamos vinte e quatro horas ao longo de um dia, mas trabalhamos intensamente ao longo de doze meses de estações, com suas. Neste contexto evoluímos desde Sigmund Freud até os xamãs intelectuais da atualidade.
Da teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1882) depreende-se sobre as nuances entre diversidade e variedade. Neste sentido, ambas devem ser percebidas na estruturação das habilidades ante as possibilidades e oportunidades do ludens, como contribuição à composição e utilidade do corpo, dos membros, da imaginação, da curiosidade, de tudo que possa dar respostas ao biorritmo das pessoas no processo de co-educação das gerações atual e futuras, sem esquecer a tolerância ante as diferenças e indiferenças, no sentido mais amplo das relações sociais.
O futuro aponta, então, para a necessidade de se ter mais tempo para o que é ludens. Nesta linha de percepção há que se reduzir a jornada de trabalho oficial e extra-oficial. Isto é, otimizar a relação capital-trabalho preconizada no âmbito da doutrina marxista. Tal otimização pela redução da jornada de trabalho é questão de civilidade e não de caráter produtivo e remuneratório. O homo faber tem como desafio contínuo, a busca pela eficiência tecnológica em favor do lúdico. Se aquele é eficiente ao máximo, deveria ao mínimo ter seu tempo de ludicidade garantido em nome da recompensa pelo trabalho compensatório.
Por fim, as habilidades históricas e educacionais aplicadas ao que é ludens, trás à baila das sociedades contemporâneas inúmeras oportunidades e possibilidades de inclusão do homo faber na socialização do lazer e, não coincidentemente, na promoção da qualidade de vida do homo ludens e na expansão econômica do que é faber.
Carpem die!

Jorge Luis Garcez Geólogo e Consultor Ambiental