Espaços destinados a arborização e calçadas são elogiados pela população, que se refugia nele do sol e do trânsito selvagem.
Desde
o primeiro jardim, criado por Deus no Paraíso, segundo a Bíblia, os espaços com
arborização encantam e deleitam não só pela beleza, mas também pelo conforto
térmico oferecido.
Em
Manaus, onde a temperatura costuma ultrapassar a casa dos 40 graus no período
de sol, os canteiros centrais arborizados existentes nas vias públicas têm a
importante função de servir de abrigo para o pedestre, seja na travessia de
pistas com dois rolamentos ou para a prática de esportes, como destacou o
professor doutor em Geografia, Geraldo Alves dos Santos, da Universidade
Federal do Amazonas (Ufam).
No
total, a cidade, de Norte a Sul, tem 42 canteiros centrais com arborização. Um
dos mais bonitos e pujantes está no caminho da avenida Getúlio Vargas, no
Centro, Zona Sul, onde os pés de benjaminzeiros formam um manto vegetal que dá
uma sombra invejável aos dois lados da pista, um privilégio para quem fica no
engarrafamento.
Boulevard de Passeios
Na
avenida Senador Álvaro Maia (Boulevard), os pés de flamboyants e as calçadas
amplas são aproveitadas pelos que costumam praticar esportes aeróbicos como
caminhada e corrida.
SEMMAS
Segundo o diretor de Arborização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semmas), Heitor Liberato, o órgão tem um levantamento da
situação dos 42 canteiros centrais principais e executa neles a manutenção.
Há
o cuidado em usar mudas de padrão de corte maior, mais fáceis de pegar. Outro
cuidado é o de esperar para plantar ou replantar em vias onde deverão acontecer
as obras viárias visando a Copa do Mundo de 2014 como o monotrilho e o sistema
de BRT.
A
atual administração da Semmas opta pelo uso de espécies como o Pau-Pretinho na
arborização, por ter raiz profunda e copa grande.
Vários
canteiros nas Zonas Leste e Norte ganharam mudas da espécie que, quando
estiverem adultas, garantem beleza das flores e o conforto da sombra,
essenciais numa cidade de temperaturas elevadas.
Importantes para o pedestre
O
geógrafo Geraldo Alves, da Ufam, diz que do ponto de vista da origem, os
canteiros estão relacionado com o embelezamento das cidades, tendência herdada
de países europeus como a França. Para ele, os que contam com ajardinamento são
destaques de cidades como Brasília e Curitiba, dando um toque de suavidade em
meio ao concreto.
Eles
são interessantes, também, para se colocar placas de orientação de trânsito e,
mais ainda, para mobilidade urbana. Mas uma função importante desses espaços é
para a mobilidade urbana, por servirem de abrigo para os pedestres na travessia
de vias de sentido duplo.
“Às
vezes escapa da gente a complexidade do trânsito, mas não é raro ver numa via
de sentido único a pessoa olhando para os dois lados”, explica ele, lembrando
que para quem não é da cidade, os canteiros facilitam identificar qual a
direção dos veículos.
Nos
canteiros estreitos, identificados por linhas amarelas ou os chamados dentes de
dragão, ele aponta os riscos de uma pessoa passar mal e não ter onde ficar
protegida. O especialista aponta os riscos trazidos pelos canteiros estreitos,
as linhas amarelas ou “dentes de dragão”.
Não
é raro passar uma pessoa espremida entre os dois fluxos. E se ela passar mal,
forçosamente vai acabar sendo atingida, ressaltou. Falta um canteiro mais
espaçoso, destacou ele.
“Deve-se
incluí-los sempre nos projetos urbanos”, disse ele, lembrando não ser
necessários criá-los no interior dos bairros, mas sim nas vias de captação, a
não ser que haja prioridade na questão do embelezamento.