domingo, abril 22, 2012

Urbanismo sem futuro

Manaus caminha hoje a um futuro incerto. Ninguém sabe o que espera encontrar no fim do túnel. É como cobrar, construir, mobilizar a cidade ideal sem a noção do que seria este ideal para a realidade local? O questionamento que normalmente não é feito, existe e se faz presente a cada gargalo ou demanda emergencial com que a metropóle amazonica se depara. A cidade cresce sem planejamento. O que prevalece é a iniciativa individual das pessoas, que constroem suas calçadas, do empresário que quer ver o empreendimento em pé... E cada qual, vai tirando proveito da parti que lhe cabe. Exemplo disso é o processo de verticalização que vem experimentando já ha alguns anos a Cidade de Manaus, feito sem consonância com a questão da mobilidade urbana. Hoje constroem-se prédios e condomínios em regiões como Vieiralves, Av. Ephigênio Salles e Parque Dez, cuja acessibilidade já está complicada, tendo em vista nosso modelo de locomoção que altamente depende do automóvel, haja vista, que não temos transporte coletivo dignos em nossa cidade, isso repete o modelo de ocupação do espaço urbano iniciado com a implantação da 
Zona Franca de Manaus em 1965, a falta de um projeto de produção de habitações por partes das empresas e a omissão do poder público resultaram em invasões, desmatamento, problema de impermeabilização do solo, deslizamento de encostas e expulsão dos pobres para as periferias, desprovidas de infraestrutura e serviços urbanos, como muito bem diz Milton Santos: A periferia é depósito de indigentes. 
O direcionamento que cabe ao Plano Diretor da Cidade é um dos pontos que acabam permitindo essa desordem, ele tem cárater orientativo e não está preparado para  grande porte dos problemas urbanos nos próximos 20 ou 30 anos. Para saber onde se quer chegar, é preciso se perguntar e se permitir ouvir respostas. É preciso um grande debate, sem pressa, que culmine em leis que exprimam a vontade da população e que vislumbre um futuro a longo prazo. Até lá, vamos perdendo competitividade em investimentos econômicos e em infraestrutura de saneamento urbano. Estamos numa cidade em plena selva amazônica e somente agora resolvemos fazer um Plano Diretor de Arborização da Cidade, o que menos temos é árvores nesta cidade dos trópicos úmidos, haja incopetência do poder público. Acabamos de construir a Avenida das Torres e não fizemos ciclovias e nem ciclo faixas para aqueles que se interessam por uma melhor qualidade de vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Blog do Barba, deixe seu comentário.