segunda-feira, maio 10, 2010

EDUCAÇÃO: A DISTÂNCIA OU SEM DISTÂNCIA?


Historicamente a educação a distância (EaD) tem sido tratada como uma modalidade diferente de educação, em contraposição à educação dita "convencional", ou "presencial" Simonson1 apresenta diversas definições e teorias para EaD, assim como um breve histórico, sempre enfatizando a separação geográfica entre aluno e professor. Keegan2 mostra uma vasta lista de defini­ções para EaD e chega a identificar uma nova modalidade de educação, que denomina "educação virtual", a qual considera diferente de EaD.
A separação da educação em duas modalidades não necessariamente contribui para o seu avanço. De fato há diferenças na forma, nos requi­sitos e nos métodos entre uma aprendizagem desenvolvida em uma sala de aula tradicional e aquela realizada sem contato presencial do aluno com professores e colegas. Mas também há diferenças entre, por exem­plo, aulas expositivas, atividades práticas em laboratório e dinâmicas de grupo. Nem por isso se cogita a criação de "educação expositiva", "educação laborativa" ou "educação dinâmica" A especificação do método é mais apropriada quando nos referimos a uma determinada atividade de aprendizagem dentro de um programa, mas em geral não é adequado que um curso inteiro se baseie numa única forma de estudo, sendo mais conveniente que haja uma mescla harmoniosa de diversas técnicas e mé­todos. Nesse sentido, Romiszowski3 afirma que:
[...I as decisões de planejamento em termos de se é melhor usar meto­dologias para aprendizagem presencial ou a distância, são mais apro­priadas quando tomadas no nível "micro" de planejamento específico de atividades de aprendizagem para um curso, ao invés do nível "ma­cro" em termos de decidir se um determinado curso deveria ser ofereci­do a distância ou modo convencional.
Ao se empregar o conceito de "aprendizagem',' que coloca o aluno no centro do processo, em lugar de "ensino" que remete o foco ao professor e à escola, fica mais fácil perceber que a educação ultrapassa os limites físicos da chamada "escola tradicional" Esta, a bem da verdade, sempre se utilizou da aprendizagem "a distância", ainda que sob outras denomina utilizou da aprendizagem   "a distância", tais como "lição de casa" ou "trabalho extraclasse",
Também não considero adequada a contraposição entre "educação a distância" e "educação presencial': Assim como um aluno pode se ausen­tar psicologicamente do assunto tratado pelo professor em sala de aula, é possível que esse mesmo estudante se mostre presente e envolvido em interações e bate-papos via internet. Há casos em que interações on-line a distância, via rede, acabam por aumentar a empatia e a intimidade entre colegas que, mesmo freqüentando aulas sob o mesmo teto, mal se conhe­ciam. Nessas circunstâncias poderíamos dizer que a atividade desenvolvida a distância ajudou a aproximá-los.
A aproximação (do aluno com o conteúdo, do aluno com o profes­sor ou do aluno com os colegas de aprendizagem) é condição necessária, ainda que não suficiente, para que ocorra aprendizagem. Assim sendo, "aprendizagem a distância" soa como um paradoxo. A maneira mais ób­via de eliminar tal barreira é colocar os protagonistas em um mesmo es­paço físico, mas não é a única. Os meios de comunicação e as tecnologias interativas, dos correios à telepresença, também podem aproximar, com menor custo e com maior eficiência.
A aprendizagem através das redes eletrônicas esta prestes a completar 03 (três) décadas de experiência prática, mas o constante surgimento de novas tecnologias, bem como de novas formas de lidar com a informação e o conhecimento, tem dificultado um “padrão dominante” desta abordagem educacional. Este estudo apresenta esses conteúdos de maneiras a provocar polemicas e discussões entre especialistas da tecnologia da informação, da engenharia de produção, da educação e do treinamento dentre outros.
Essas novas tecnologias interativas, por que não chamar de Sistema Presencial Mediado por Tecnologia é que a Universidade do Estado do Amazonas através de sua plataforma de IPTV leva conhecimento para o interior da Amazônia nos seus 62 municípios, através dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, Matemática, Sistema da Informação e agora mais recentemente a Educação Indígena, criando a obrigação, por parte de todos, de repensar a aprendizagem convencional e tradicional.
1M. Simonson et al., Teacbing and Learning at a Distante (Nova Jersey: Prentice Hall, 2000).
2D. Keegan, Foundations of Distance Education (3a ed. Nova York: Routledge, 1996).
3A.J. Romiszowski, Revista Brasileira de Educação a Distância. 1 (2), 2002, disponível em http://www. abed.org.br. Acesso em 13/2/2003.

Um comentário:

Eliana disse...

Tudo indica que a EaD, no Brasil e no mundo, é uma realidade em ascensão.Nas próximas décadas deverá reunir mais alunos do que a educação"presencial" e com formatos mais ricos e mais variados do que jamais anteriormente, foi imaginado.Parabéns por suas reflexões, que está sempre acompanhando as transformações tecnológicas em EaD.

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