sexta-feira, fevereiro 26, 2010

EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR

O envelhecimento envolve mudanças na estrutura e na fisiologia cardiovascular, que não levam, necessariamente, à ocorrência de patologias. No entanto, observa-se um declínio da função cardiovascular que implica uma diminuição da capacidade do coração em adaptar-se ao estresse imposto pelas doenças cardiovasculares. Observa-se, também, a ocorrência do processo arterosclerótico com uma mudança prejudicial para o idoso. Tem-se observado que as atividades aeróbias melhoram a função cardiovascular, tanto em jovens quanto em idosos. Contudo, os mecanismos fisiológicos que levam a essa melhora ainda não estão bem compreendidos.
Dentre as mudanças estudadas, Green e Crouse (1993) relacionam as adaptações fisiológicas e estruturais e os efeitos no transporte de O2 na circulação. Em relação às primeiras, verifica-se: o aumento da densidade capilar nos músculos em exercício; um possível desenvolvimento da vascularização colateral; a regressão de lesões arteroscleróticas, que é obtida pela associação do controle do estresse, dieta pobre em gorduras exercício moderado (a extensão na qual a atividade física contribui para a regressão é desconhecida); o aumento ventricular, decorrente do aumento da espessura da parede do ventrículo esquerdo e do miocárdio, o que é comum para atletas jovens e idosos; o declínio na duração da contratação do miocárdio; a melhora no eletrocardiograma e exercício.
Quanto às segundas, os autores citam: diminuição na freqüência cardíaca de esforço, diminuição esta que pode atingir 10 bpm (batimentos por minuto), e que é menor em mulheres e homens treinados com idade de 70 a 80 anos, quando comparados aos seus pares não treinados. No entanto, a freqüência cardíaca de repouso, que decresce com o treinamento nos indivíduos jovens, não apresenta a mesma resposta para o individuo idoso, a não ser naqueles que foram praticantes durante toda a vida. O volume sistólico, tanto em repouso quanto em esforço, aumenta no idoso com o treinamento. Em relação ao débito cardíaco do idoso, a maioria dos estudos sugere que o treinamento não altera suas respostas, tanto durante o repouso, quanto durante o exercício submáximo. Entretanto, também há sugestões de que esta função aumente com o treinamento, ao redor de 6%, como conseqüência do aumento do volume sistólico.
Em relação à pressão sangüínea de repouso e à resistência vascular, os autores apontam resultados, também, bastante controvertidos. Há observações de que, no individuo idoso, tanto a pressão sangüínea sistólica quanto a diastólica não sofrem nenhum efeito de treinamento, porem essa queda não é estatisticamente significativa. Já a comparação entre atletas idosos com não-atletas mostra, nos primeiros, uma pressão sangüínea e uma resistência vascular significativamente menor.
Em relação a alterações no consumo Maximo de O2 ou V2max, constata-se seu declínio com a idade, que não pode ser prevenido, mas diminuído com treinamento aeróbio. Alguns estudos indicam um aumento no V2max, numa grande magnitude que varia de 8% a 38%, em indivíduos de 50 a 84 anos. Assim, tais resultados sugerem que o declínio no V2max com a idade podem ser minimizados através de treinamento sistemático.
Os valores da diferença arteriovenosa de O2 (a- VO2) no idoso aumentam com o treinamento, sendo que a magnitude desse aumento parece variar diretamente com a intensidade do treinamento. A a-VO2 é a capacidade total da extração de oxigênio pelo corpo, através dos tecidos periféricos (Blair et al. 1994). Outros efeitos do treinamento aeróbio no idoso referem-se à condução e à utilização do oxigênio. Isso inclui aumento de hemoglobina, de mitocôndrias, da atividade de enzimas aeróbias e do volume sangüíneo total.

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