sexta-feira, fevereiro 26, 2010

QUALIDADE DE VIDA E O MUNDO DO TRABALHO

Os trabalhadores, considerados aqueles que aplicam sei conhecimento e força de trabalho na produção de bens e serviços, sejam operários, donas de casa, administradores ou profissionais liberais, quase sempre, em nosso país, têm sua condição de saúde e Qualidade de Vida relegada a segundo plano, diante das demandas por sobrevivência e dos interesses corporativo; relativos à produção e ao lucro.
A sociedade, a empresa e o próprio trabalhador pouco se questionam acerca das responsabilidades sobre a saúde dos envolvidos no processo de produção. De acordo com o senso comum, tais responsabilidades são atribuídas ao governo e ao aparelho de assistência, como hospitais e mais recentemente, aos convênios médicos para os poucos que a eles têm acesso.
Espera-se do trabalhador, em primeiro lugar, que ele não adoeça e, em segundo, que concentre sua energia na realização bens e serviços, geração de lucro e manutenção da "saúde corporativa".
Nossa sociedade experimenta, nos últimos sessenta anos, uma breve história de trabalho industrial organizado e, mais recentemente, vê a expansão dos setores geradores de bens e serviços. Durante esse tempo, poucos esforços foram dirigidos à aplicação de conceitos e estratégias gerenciais relativas à promoção da saú¬de e à Qualidade de Vida no local de trabalho, hoje considerado "locus" privilegiado onde podem ser realizados conjuntos de ações integradas entre o indivíduo, o grupo e a sociedade.
Cresce a percepção de que, para o local de trabalho, confluem muitas das forças capazes de estruturar muitos significados, objetivos e estados de condições de saúde e bem estar que resultem em boa Qualidade de Vida. No entanto, o desencadeamento de um processo positivo, gerador de ambientes e condições facilitadoras nucleadas no local de trabalho, parece depender, em especial, da mobilização e da atitude dos empregadores para ela¬borar, financiar e encorajar a implantação de programas de Qualidade de Vida nas empresas.
De fato, vem ganhando espaço, entre a comunidade empresarial brasileira, o tema da responsabilidade social das corpora¬ções sobre a Qualidade de Vida do trabalhador, da família e da comunidade. Segundo essa proposta, o local de trabalho serve para mobilizar idéias e práticas de responsabilidade social, relativas aos processos industriais de produção, gerenciamento e ofe¬recimento de serviços, sendo tais práticas extensíveis ao conjunto de empresas que se relacionam na cadeia produtiva.
Nesse novo contexto relacional, o empresário passa a entender o processo industrial como elemento paralelo de sustentação da estrutura onde interagem fornecedores, empregados e consumidores, sendo valorizadas a conduta ética, o bem-estar dos funcionários e o impacto das ações corporativas em toda a comunidade e sociedade. A empresa passa a ter permanente preocupação com os processos industriais, sua influência sobre a saúde do trabalhador, repercussões no meio ambiente, origem das matérias-primas, modos de extração na natureza e o impacto do produto e das ações da empresa.
Essa visão integradora, no entanto, é pouco difundida e aplicada no meio empresarial nacional, sendo mais comum o estabelecimento de convênios com setores prestadores de serviços de saúde e lazer ativo, redes fornecedoras de bens de consu¬mo e itens de alimentação, financiados, quase sempre com exclusividade, pelo usuário. Esporadicamente, vêem-se ações relacionadas à análise ergonômica, adequações de mobiliário e instalações de equipamentos no posto de trabalho, além de programas de atividade física preventiva, como a ginástica laborai.
Problemas e Variáveis que Influenciam a Qualidade de Vida do Trabalhador
A ausência de políticas empresariais e governamentais, e mesmo de metodologias integradoras dirigidas à promoção da saúde do trabalhador, resultam em séries de problemas que atin¬gem o trabalhador, a família, a empresa e toda a sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Blog do Barba, deixe seu comentário.