quarta-feira, fevereiro 17, 2010

FESTIVAL FOLCLÓRICO DE MANAUS: A TRADIÇÃO POPULAR QUE VEM SE PERDENDO

O Centro Cultural dos Povos da Amazônia (CCPA), antiga Bola da Suframa, em Manaus, é palco do tradicional Festival Folclórico do Amazonas, que há 53 anos reúne diversas manifestações culturais da capital e do interior amazonense. Este ano do dia 31 de Maio a 21 de junho, o evento contou com cerca e 200 atrações folclóricas, entre cirandas, quadrilhas, danças internacionais e apresentação dos três bois – bumbas de Manaus. Garanhão, Corre Campo e Brilhante.
Personagens e danças típicas que marcaram a vida de muitos amazonenses revelam-se no palco, durante quase um mês de evento, que reuniu em média de 8 mil pessoas por noite, conforme a organização.
O Festival Folclórico do Amazonas começou em 1947, com uma quermesse, pela iniciativa do Professor e Historiador Mario Ypiranga Monteiro, no bairro da Cachoeirinha, nas proximidades da igreja do Pobre Diabo, onde hoje funciona o Hospital Geral de Manaus, mais conhecido como Hospital Militar. Depois passou para a rua Ajuricaba, em um festival para apresentação de grupos folclóricos. Em 1957 mudou-se estádio General Osório, sob a organização do Jornal Diário da Tarde e ganhou um outro formato, de um grande arraial com um tablado, comissão julgadora, premiação e desfiles de diversos grupos.
Na década de 70, foi organizada a primeira associação de grupos folclóricos que levou o festival para a Bola da Suframa. Depois de perambular por vários lugares, até que, no Governo atual, foi trazido novamente para a praça Francisco Pereira da Silva, conhecido como Bola da Suframa, com condições definitivas de ficar ali. Só que de 40 grupos transformou-se hoje em 300. A cidade também saiu de 300 mil habitantes, na década de 60 para 1,85 milhão hoje, segundo estimativa do IBGE, e aquilo que tinha uma expressão de identidade de determinados grupos e de determinadas linhas de pesquisa cultural, hoje infelizmente não preserve tanto essa identidade.

CULTURA E MODERNIDADE

A cultura amazônica tem peculiaridades, influencia por mistura de povos indígenas, negros e europeus, ela vem sofrendo mutações com o passar do tempo.
No inicio a migração, principalmente dos nordestinos para a região com o objetivo de fugir da seca e para explorar a borracha, foi fundamental para modelar as tradições e costumes da população.
Os aspectos nos identificam com , as peculiaridades, a linguagem, a culinária, o folclore, a música, as tradições populares, tudo isso gera uma identidade cultural de um povo. Dentro disso é de extrema importância uma política pública de cultura com resultados significativos. Uma política com continuidade seqüência e que esteja focada em alguns pontos fundamentais. A identidade que gera uma população, a reabilitação de patrimônios material e imaterial, que inclui prédios, danças, folclore, o resgate dos brinquedos infantis, das danças folclóricas do interior, e etc.
É com esta visão histórica que verifico com pesar o nosso festival folclórico, principalmente pela cópia do festival de Parintins, que infelizmente com seus carros alegóricos mais parece um carnaval que um festival, o festival tem uma caricatura dessas alegorias e dessa forma de elaboração da festa. Isso não é bom, cada festival tem sua tradução e tradição, seu tempo e seu espaço, como também, sua forma. Nós estamos vivendo uma intraglobalização no Estado, como também, perdendo a mesma linha de conceitos tradicionais históricos.

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